sábado, abril 25, 2015

Concerto solidário

O grupo missionário está a promover um concerto solidário a realizar no teatro José Lucio em Leiria às 16h00.
Propomos uma tarde bem passada com músicos de qualidade e veia missionária.
Este concerto é a favor do projeto missionário da Diocese que tem uma grande parte da sua ação em Angola caminhando com o povo do Gungo. Associe-se a esta causa participando no concerto.
Os bilhetes estão à venda junto de um dos membros do grupo missionário, na gráfica de Leiria e na portaria do seminário.

quinta-feira, abril 23, 2015

Equipa aguadeira

Boa noite.
Hoje o nosso novo missionário teve mais uma experiência nova (e vão sendo muitas): foi à Conda buscar água para o nosso consumo.
A Conda é uma vila que fica a cerca de 100 km. do Sumbe para o interior e onde se chega a partir de um desvio da estrada da Gabela.
Agora é um pouco melhor lá ir porque toda a estrada está asfaltada, mas ninguém nos poupa a um bom trecho muito sinuoso e que exige muita atenção do condutor.
Este hábito de lá ir a uma nascente buscar água já vem desde o ano 2006. Ao longo destes quase nove anos poupámos muito dinheiro evitando a aquisição deste bem tão essencial à vida. De cada vez que lá vamos trazemos cerca de 1000 litros e por isso a equipa é só de três elementos para haver lugar para os bidons.
Como a mana Teresa já é "velha" nestas andanças propusemos que a acompanhassem o Diamantino e a Rita, dois estreantes.
De manhã estavam todos bem dispostos e lá foram cumprir esta tarefa. Eu e as meninas Rosa e Celestina, que estudam, ficámos em casa com outras tarefas.
Ao fim do dia chegou o trio aguadeiro.
Dizia o Diamantino que para lá foi turismo, pois conheceu coisas que nunca tinha visto. A tarefa e o regresso já foram mais duros porque lavar, encher e carregar 40 bidons de água ainda é "dose". No regresso ainda apanharam chuva, mas não houve percalços, graças a Deus.
Agora devemos ter água para beber para uns dois a três meses.
Amanhã de manhã partirei eu para o Gungo para ir buscar os representantes da comunidade que vêm participar nas ordenações de dois diáconos que terão lugar aqui no Sumbe no próximo domingo. Por isso, é subir amanhã e descer no sábado.
Um abraço e tudo de bom.

P. Vítor Mira 

sábado, abril 11, 2015

Páscoa 2015

Olá, bom dia.
Finalmente uns minutos para por a escrita em dia…
Este ano a celebração da Páscoa foi marcada pelo “factor surpresa”. Estava marcada para a Donga e tudo se encaminhava nesse sentido.
Mas no fim-de-semana anterior, chuvas torrenciais abateram-se sobre o Gungo. Pouca gente participou na missa dos Ramos e as notícias que chegavam era que a picada tinha troços intransitáveis para veículos automóveis.
Assim, no domingo de Ramos mudámos a celebração da Páscoa para a Tuma, que também nos acolheu nesse fim-de-semana.
Escreveram-se cartas e enviaram-se por mão a todo aquele imenso Gungo. Havia esperança de que a mensagem chegasse e também que as pessoas viessem, mas sabíamos que a alteração ia causar transtornos: afinal os dois locais distam entre si 40 quilómetros e a Tuma fica num extremo da área da missão.
Chegámos à Tuma na quinta-feira Santa ao fim da manhã e estava pouca gente. Na missa da Ceia do Senhor já estava um pouco mais. Depois, como o caudal de um rio, vimos a cada momento chegar gente e mais gente, alguns de mota, a maior parte a pé, as mamãs com os cestos e bacias à cabeça e muitas delas com filhos às costas; os homens com as mochilas às costas. Mas também jovens e muitas crianças. A maior parte vinha com ar cansado mas à saudação respondiam sempre com um sorriso alegre e aberto.
Na sexta à tarde fizemos a via-sacra pelas ruas da aldeia e à noite celebrámos a Paixão do Senhor. Durante estes dias houve reuniões finais de preparação dos casamentos e dos baptismos. Também o sacramento da Reconciliação foi muito procurado. Na tarde de sábado foi exibido o filme “Paixão”.
A Vigília Pascal já foi marcada por uma grande enchente de pessoas. A celebração foi muito festiva e vivida com aquele espírito próprio das Páscoa. Na vigília receberam o baptismo 35 pessoas: idosos, adultos, jovens e bebés, entre eles, o meu xará Vítor. A missa durou cerca de 4 horas.
A noite foi curta e o domingo nasceu com um sol radioso. A missa deste dia ainda teve mais gente que a da vigília, de tal modo que muitos tiveram que ficar fora da capela (quem conhece sabe que é a maior do Gungo).
Nesta missa nasceram mais nove famílias cristãs no Gungo. Alguns dos noivos tinham recebido o Baptismo na noite anterior.
Mais uma vez, a liturgia foi de encher a alma: alegria, ritmo, cor, envolvência… fé que trouxe gente de locais tão distantes.
Após a missa foi a debandada geral. Em poucos minutos todos aqueles “acampamentos” desapareceram e ficaram apenas as marcas das fogueiras. Partiram mesmo sem almoçar porque as distâncias eram grandes para a hora que já era.

Nesta semana já subimos à Donga na terça com o camião e descemos na quarta. A picada está mesmo muito estragada, mas, com cuidado, dá para passar. Neste momento estamos a preparar-nos para sair de novo e por lá ficaremos até dia 20.

Até lá e continuação de santas festas pascais.

P. Vítor Mira

quinta-feira, abril 09, 2015


Saudações
Vimos por este meio informar que a habitual reunião mensal do Grupo realizar-se-á no próximo sábado, dia 11 de Abril, às 21:00h horas, no Seminário Diocesano de Leiria. Entre outros assuntos falaremos do concerto missionário a realizar em 10 de Maio.





Aproveitamos ainda para informar que, à semelhança dos anos anteriores, também este ano o Grupo Missionário Ondjoyetu estará presente na Feira de Maio de Leiria.





Continuação de Boas Festas Pascais!
We, we, we, Yesu Wapinduka!
We, we, we, Jesus Ressuscitou!


quarta-feira, abril 01, 2015

Batpismo com água... muita água!!

Olá, muito boa noite.
Cá estamos nós, como é habitual quando é possível, para partilhar uma pouco mais do nosso caminho missionário por estas terras quentes de Angola.
O baptismo do nosso novo missionário estava marcado para a Tuma, aldeia onde todos os anos celebramos o domingo de Ramos. Já o tínhamos avisado do calor que ali o esperaria e que por isso o baptismo de missão poderia ser algo duro, ainda para mais a dormir na pequena casa de adobes a que chamamos micro-ondas, por ser tão quente.
Afinal não foi quase nada como esperávamos.
No trajeto fomos apanhados por uma forte chuvada que formava grandes regos de água ao longo da picada. Durante a viagem tivemos que parar duas vezes para rebocar uma “avó-veio” (mota de três rodas com atrelado) e uma carrinha. A chover como estava, ficámos todos encharcados.
Quando chegámos à Tuma a chuva continuava a cair com grande intensidade. Saímos porque já estávamos molhados e só uns minutos mais tarde pudemos tirar as bagagens e mudar de roupa. À nossa chegada, encontrámos muito pouca gente por causa da chuva que por ali caía intensamente desde o dia anterior.
Durante a tarde a chuva continuou a cair e pouca gente esteve no retiro que estava programado. Alguns foram chegando todos encharcados, outros tiveram que acampar do outro lado de um pequeno ribeiro que se tinha transformado no largo rio, com alguma profundidade e forte corrente. Se tivéssemos chegado umas horas mais tarde o jipe já não chegaria à aldeia.
Com a chuva o tempo não estava assim tão quente. E também escapámos ao micro-ondas porque a comunidade já tinha preparado a nova casa para nos acolher, embora ainda não esteja acabada e faltem as portas e janelas.
De sábado para domingo toda a noite choveu.
No Dia de Ramos vieram mais algumas pessoas e com elas os relatos das tragédias que tinham acontecido: ribeiros com grandes caudais impossíveis de transpor, lavras inundadas e com as sementeiras arrastadas pelas águas, casas e celeiros destruídos pela intensidade da chuva. Também nos chegou a informação de que a picada principal estava intransitável para viaturas de quatro rodas: a água da chuva abriu grandes valas que “partem” a picada em bocados e não permitem o trânsito automóvel.
Nunca como neste ano tinha visto tão pouco gente no domingo de Ramos. As chuvas torrenciais que tinham caído e o receio de encontrar maiores dificuldades no regresso a casa impediu muita gente de participar.
No domingo de manhã chegaram alguns catequistas e os manos Carlos e Ana que tiveram que atravessar o citado ribeiro com água pela cintura e uma corrente mais fraca.
No fim do almoço regressámos ao Sumbe, tendo ficado decidido na reunião com os catequistas que a celebração da Páscoa será nesta mesma aldeia da Tuma porque não é possível chegar à Donga.
Para o nosso novo missionário foi um baptismo mesmo com muita água. A gincana na picada por causa da lama até o fez entender melhor os filmes que já viu.
Hoje, terça-feira, tivemos a Missa Crismal na Sé; amanhã será o dia de preparações e na quinta partimos de novo para o Gungo.
Boa semana santa para todos e um abraço.

P. Vítor Mira