terça-feira, maio 24, 2022

Duas partidas e uma chegada

 



    Nos dias 12 a 15 de Maio, foi a última estadia do Padre Sebastião e da avó Isabel na missão do Gungo. O dia 13 de Maio foi passado a carregar pedras e o padre Sebastião soube usar a cabeça para esta tarefa. Tivemos a presença, na missão, dos membros dos movimentos apostólicos que já vinham preparados para esta tarefa. Arrancar pedras da montanha, carregar no camião transportar e colocar nalguns buracos que dificultam as viagens.

A avó Isabel ficou a apoiar as meninas lá de casa e a atender as consultas, pois a prática de algumas semanas ajudou a que ganhasse alguma à vontade para as situações mais simples.
    
       O serão foi dedicado à devoção Mariana com a procissão de Nossa Senhora de Fátima vivida com profunda devoção que veio a ser complementada com a manhã do dia seguinte de reflexão acerca da Mensagem de Fátima.

O domingo, dia 15, teve como ponto alto a eucaristia que foi momento de acção de graças pela presença destes missionários entre nós e, ao mesmo tempo despedida com o misto de emoções que sempre se avolumam de parte a parte. No final, tiraram algumas fotos para ficarem para a posteridade. Na tarde desse dia descemos ao Sumbe para arrumar as malas e partir no dia seguinte para Luanda.

Em Luanda pudemos usufruir da boa hospitalidade dos padres do Verbo Divino. No dia 19 de Maio, quinta-feira, a manhã foi passada no aeroporto a deixar dois passageiros numa porta a acolher uma passageira que chegava na outra porta, a Cristina Mão-de-ferro. Eis as suas primeiras impressões:

“Ao fim de quase 8 horas de voo noturno, acordo já sobre Luanda! O casario, denso e sobreposto, faz adivinhar uma cidade sobrelotada e confusa banhada pelo calmo oceano atlântico! A aterragem foi tranquila, a operação de controlo sobre o covid-19 rápida. Mais demorado foi conseguir o visto, mas tudo correu como esperado. Malas e documentos em ordem! Aí vou eu, Gungo!
Ver o Padre David à minha espera não foi só uma imensa alegria, como um grande alívio também! Faltava apenas o “cavalinho branco” e começaria então esta grande aventura!
O dia de quinta-feira foi longo, começara cedo, mas ainda encontrámos forças para irmos comprar algumas coisas que faziam falta na sede da missão, no Sumbe, e um passeio de reconhecimento por Luanda. 
Ao final da tarde voltámos para a Congregação do Verbo Divino, onde fizemos as nossas refeições e pernoitámos e onde, de resto, fomos carinhosamente recebidos. 
Sexta-feira foi dia de regressar ao Sumbe, não sem antes fazermos uma rápida visita ao colégio das Pequenas Irmãs da Sagrada Família e, de seguida, almoçarmos com grandes amigos da missão. 
O dia ía longo e o caminho para o Sumbe esperava por nós, pelo que nos fizemos à estrada ainda a tempo de ver o maravilhoso pôr no sol no cacimbo ao largo da ilha de Mussulo e de passarmos pelo miradouro da Lua.
Chegámos ao Sumbe tarde, noite cerrada, onde as pequenas luzes das casas pareciam pirilampos, deixando adivinhar a topografia da cidade.
Não posso deixar de confessar que aqueceu o coração chegar a casa, depois de tantas horas de viagem, onde uma sopa quentinha feita pela mana Teresa, nos esperava!
Agora é hora de tratar de questões pendentes, organizar os próximos dias e preparar a subida a Gungo!
Não vejo a hora de me meter ao caminho pela picada com o padre David e o avô Filipe, no cavalinho branco!“

A Equipa Missionária













quinta-feira, maio 12, 2022

Mais duas semanas...


                Mais duas semanas passaram… No dia 23 de Abril, partimos em direção ao bairro do Uquende que fica a meio caminho da Donga. Pernoitando na casa da missão, onde fomos carinhosamente recebidos pela mãe Carolina e uma comitiva de muitas crianças que vibram, cada vez que chegam os missionários.

                No dia seguinte, domingo, na capela improvisada e que em breve será substituída pela bonita construção já erguida no local, foi a vez do P. Sebastião presidir à Eucaristia, Para ajudar à preparação o P. David atendeu confissões. Uma vez mais a alegria manifestada através de cânticos e danças nos faz sair de nós e viajar por um mundo onde nos apetece permanecer. Depois do óptimo almoço oferecido pela comunidade, seguiu-se o encontro de catequistas com o P. David, o que nos permitiu a mim e ao P. Sebastião, acompanhados pela mana Teresa, fazer um passeio pelo bairro onde ouvimos um sem fim de “SIM”, “obrigado”… como resposta a uma saudação ou simplesmente a um acenar de mão. Ao final do dia subimos à Donga.

                A semana foi passada em atividades várias: trabalhos na horta, atendimento a pessoas que precisam ajuda para pensos, testes de malária, adquirir alguns medicamentos, ou simplesmente querem conversar e ficam felizes, porque alguém as escuta. Sem dúvida, sentimo-nos úteis.

                 Chegados ao dia 29, foi tempo de celebrar com a comunidade residente na Missão os 20 anos de ordenação do P. Sebastião, com a celebração da Eucaristia e, no final, os parabéns e a partilha do bolo.

                No domingo, dia 01 de Maio, pela manhã, uma parte da Equipa, partiu em direção ao bairro da Chitiapa conduzidos pelo mano Mário. Vivemos mais um dia inesquecível. Fomos recebidos em ambiente de muita festa por parte da comunidade e a Eucaristia foi muito participada e vivida de forma intensa. A alegria e calor humano que sentimos é impossível transmitir por palavras, apenas se sente.

                Depois de um excelente almoço oferecido por esta comunidade, a tarde foi feita de encontros. Inicialmente com um grupo de catequistas adultos que expuseram os problemas que enfrentam em relação à adesão dos jovens e, por fim, com os jovens que, para surpresa nossa, compareceram em grande número. Várias perguntas e um diálogo muito proveitoso para eles e também para nós.


                Nesse mesmo domingo, o Pe David Ficou na Donga para celebrar aí a Eucaristia e acolher a oferta e montagem de dois candeeiros fotovoltaicos que foram colocados no pátio da missão.


                Regressando ao silêncio da Donga, iniciámos mais uma semana. Segunda-feira, logo pela manhã, o silêncio é invadido pelo ruído da betoneira que anuncia o bom andamento da casa dos catequistas que em breve chegará à cobertura.


                Aqui todos os braços são úteis. Há sempre algo para fazer. Quanto mais não seja ouvir, escutar com o coração e responder a perguntas sobre o nosso país, já que a curiosidade sobretudo dos jovens é grande.

                 A chuva, contrariando o que é normal, teima em não cair e o novo feijão precisa de água. Foi necessário transportá-la com o camião e esticar mangueira até à lavra, para que ele floresça e dê boa colheita.



                Conforme previsto, o P. David acompanhou um grupo de 9 jovens do Gungo até à Conda, onde se realizou o Encontro Diocesano da Juventude, de 06 a 09 de Maio, chamado “Páscoa Jovem”, que contou com 562 participantes de toda a diocese; pelo que as celebrações do fim se semana, na missão, ficaram a cargo do P. Sebastião.

             Depois de 15 dias na Donga regressámos à cidade para contactar com o mundo, abastecer e tratar alguns assuntos. Aceitando o convite de algumas comunidades de religiosas que trabalham aqui na cidade com crianças e jovens aí nos deslocámos para as visitar e conviver. Fomos muito bem recebidos e saímos felizes ao constatar que a igreja católica continua a fazer um grande trabalho por estas paragens.

Pela Equipa Missionária

Isabel Cabeleira