sexta-feira, junho 11, 2021

Actualização

Saudações a todos os que passam por este espaço

Já lá vai algum tempo sem dar notícias através deste meio, mas é só sinal de muito trabalho por estas bandas e de não tirar tempo a outras coisas para dedicar à partilha. Todos os dias sobram tarefas, graças a Deus. Por vezes o nosso Kiko cão tenta ajudar, empurra pedras (para o meio do caminho), faz de porteiro (mas só vai ver quem lá está e não abre o portão), lava o prato (mas só o dele), vai para a horta (mas não arranca só as ervas daninhas), Mas como guarda é exímio
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Mas passando às notícias mais sérias… Não conseguirei actualizar tudo mas faço um apanhado das atividades habituais. Apesar da pandemia temos reunido o Concelho Permanente mensalmente com a presença dos nossos catequistas visitadores sendo portadores de mensagens e informações de e para cada comunidade e partilhando o trabalho que eles mesmos realizam nos centros aquando das suas visitas mensais. Algumas das tarefas que fazíamos na sede da missão estão eles agora a realizar nos centros, nomeadamente a avaliação e acompanhamento de grupos de formação entre os quais os catecúmenos. Para ajudar a essa tarefa foram agraciados com um par de botas.

Ao nível das celebrações temos incentivado a que estas sejam o mais descentralizado possível: Sejam nos bairros ou ao nível dos centros. Aglomerações na missão apenas quando estritamente necessário como foi o caso da celebração da Páscoa ou a finalização de caminhadas de preparação e celebração de sacramentos ou os retiros para membros dos movimentos apostólicos.

No dia 25 de Abril estivemos unidos à diocese de Leiria-Fátima rezando pelo novo sacerdote, Jorge Fernandes que muitos aqui conheceram quando por cá passou, e no mesmo dia em união com a diocese do Sumbe que celebrou a ordenação de 6 novos diáconos.

 

No que toca à agricultura e pecuária ampliou-se o curral dos cabritos e, neste momento, eles já estão bem educadinhos para entrarem quase sozinhos ao final da tarde. Tivemos também o nascimento de 18 pequenos cabritinhos nos últimos meses. A reprodução chegou à pocilga mas o índice de sobrevivência é baixo. Os porquinhos da Índia passaram de 2 a 4, as galinhas não conseguimos acompanhar o número porque aparecem pintinhos mas há muitas aves de rapina que “regulam a população”.

Na horta grande as nossas árvores estão a crescer, fruto do trabalho continuado de plantio com a mão de vários voluntários que por aqui têm passado: mamoeiros, sape-sape, mangueiras, nespereira, sobreiro, oliveira, nogueiras, videiras, cana de açúcar, moringa e embondeiro são as espécies que vão teimando persistir naquele espaço. Na lavra temos agora o feijão a sair e já se rói maçaroca de milho. A jinguba ainda vai esperar um pouco para ser colhida.

 

Em relação aos serviços na missão mantêm-se. Tem havido sempre procura por consultas de saúde. Vamos fazendo uma média de 30 consultas por semana quando a equipa lá está. Tentamos sempre ajudar quem nos procura. A malária continua à cabeça das doenças mais frequentes e, por vezes, esgotam-se os testes rápidos. Parte importante do trabalho em saúde é a educação para uma melhor saúde e para a prevenção o que leva sempre muito tempo, mas é necessário.

A serralharia agora já com um espaço fechado continua a tratar da saúde das motas e de outras peças que ali vêm à reparação. Já se vão fazendo alguns trabalhos mais técnicos como é a abertura de roscas. Os serviços de fotocópia e plastificação, nos últimos meses, tiveram uma procura muito maior devido ao trabalho de massificação do registo de nascimento e da atribuição de BI ao qual nós temos dado apoio logístico às instituições envolvidas. Famílias inteiras dos avós aos netos têm-se “tornado cidadãos” deste país. E o único sítio das fotocópias é a missão! A cantina tem continuado a ser um local de abastecimento a preços acessíveis, mas temos notado a perda de poder de compra das pessoas devido a duas épocas agrícolas consecutivas sem produção. Muitos já só compram o “meio quilo” ou o “meio litro” e outras coisas vêm ao balcão mas voltam à prateleira. Na área do negócio investimos de novo no negócio do carvão para apoiar alguns produtores do bairro do Sapato.

As moagens (Uquende e Donga) continuam mas no Uquende temos tido algumas avarias com necessidade de parar até reparar e fazer devida manutenção.

O camião continua no sobe e desce para abastecer a missão e servir alguns clientes sendo sempre necessária a sua presença para abastecer a missão de água. Com o projecto de abastecimento por gravidade será liberto desta tarefa.

 

Ao nível das infraestruturas e outros trabalhos temos avançado na obra onde instalaremos 3 sanitas e três chuveiros com o reaproveitamento da água dos banhos para as sanitas. Está a ganhar jeito! Outro trabalho são os testes com novo tipo de terra para fabrico de blocos de BTC. Segundo o método chegaremos ao melhor bloco possível a utilizar na casa de apoio aos catequistas que tarda em sair da viga de fundação. Para além das obras vão-se construindo os funcionários que aprendem um pouco de tudo. Seja relacionado com a construção, serralharia, fusão de plástico para remendar cisternas, pintar à pistola, electricidade, canalização, elaboração e cumprimento de projectos…

 

Nas estadias na cidade do Sumbe também se vai avançando com alguns trabalhos práticos e de manutenção como é a reconstrução das grades “do lado do mar”, o aproveitamento de algumas ofertas como foi o caso de um vidro oferecido pela angovidro que deu uma bela mesa de tender o pão. Também alguns meninos, amigos da missão, passam por aqui e treinam algumas coisas relacionadas com a escola colaborando também nas tarefas da casa. O Sumbe é também lugar de contactos para a elaboração de projectos, o reatar de laços com nossos parceiros como a associação Atlas, o Move-te Mais, Volta a África e contactar com familiares e a nossa retaguarda em Leiria-Fátima. Aqui também se tratam todas as questões burocráticas do pagamento de impostos, contactos com a diocese e trabalhos de cartório.


 

Com as chuvas a picada sofreu e precisou de mobilização de algumas comunidades. Num dos dias de campanha também os trabalhadores e residentes na missão Donga trabalhámos tapando os buracos com pedras na área do morro do Calima. Este é daqueles trabalhos que todos os anos parece não ter fim e a esperança de ver uma estrada definitiva é apenas um sonho.

 

Partilho que o Covid também existe por cá, mas não há escala que escutamos nos outros países do mundo. Diariamente mantemos no nosso pensamento e orações de solidariedade.

Subiremos hoje novamente às montanhas do nosso Gungo. Esperemos que todos os amigos em Portugal estejam bem, estão no nosso pensamento. Juntos na missão e na oração. Tchauê!


 

V: S. José Protector do Menino Jesus!

R: Rogai por nós!

 

A Linha da frente com umas ajudas da retaguarda