Olá, muito boa tarde.
Quando no ano passado visitei Angola, e mais concretamente na comunidade do Gungo, o meu pai acompanhou-me para ir conhecer a nossa missão.
Quando estivemos na aldeia do Uquende, num determinado dia os catequistas falaram de nacessidade de fazer adobes para reconstruir uma parede da capela que ameaçava ruir. Ao ouvir esta conversa desafiei-os a passarem do adobe à pedra, ou seja, de procurarem construir uma nova igreja mais bem feita, mais sólida, que desse também uma outra imagem da comunidade cristã. Afinal, já estamos em paz e toda a Angola está a mudar. Porquê continuar no mesmo de sempre e não se ser mais ousado.
A mensagem ficou e dois dias depois informaram-me que os catequistas daquele centro tinham reunido e decidido fazer uma capela nova em pedra, tanto mais que o Gungo tem muita pedra.
Nos dias seguintes começámos a falar do que seria necessário para levar por diante aquele objectivo. Nessa altura já o nosso camião estava ao serviço da missão e foi logo buscar umas carradas de pedra, para aproveitar a "embalagem" do entusiasmo.
O meu pai, que já foi serralheiro, ao aperceber-se deste objectivo, disse que oferecia a mão-de-obra da estrutura metálica para fazer o telhado; habitualmente usam-se paus, mas depressa têm que ser substituídos e nem sempre seguram tão bem as telhas. Era mais uma ajuda que contribuía para reforçar o entusiasmo pelo projecto.
Foram sendo dados passos e este ano, quando voltei ao Gungo, constatei que a construção da nova capela já estava em andamento, graças ao apoio da equipa missionária e da comunidade; e com que entusiasmo se via as pessoas a trabalharem na nova capela.
Quando regressei informei o meu pai do ponto da situação e que estava a chegar a hora de ele entrar em acção.
A boa vontade e a coragem continuavam lá. Por isso se pôs logo a fazer os cálculos e as contas para ver que material era necessário. Recentemente foi descarregado na oficina do meu pai todo o ferro para a estrutura metálica da capela do Uquende. E a obra está a caminho. Soube ontem que já estão feitas três asnas.
Como o meu pai já tem 70 anos, não é fácil dar a volta sózinho àqueles ferros bem pesados; pediu ajuda a um amigo, o Sr. José Ruas, que vai para lá ajudá-lo. Muito obrigado aos dois por também estarem a ser missionários desta forma.
Por agora fica a imagem do monte de ferro. Mas em breve mostraremos o mesmo ferro já transformado.
E são estes os pequenos passos de uma missão que, graças a Deus, é de muita gente.
Um abraço.
P. Vítor Mira