domingo, agosto 31, 2014

Peregrinação à Pedra Gonga

Olá, muito bom dia.
Aqui estamos para partilhar em algumas linhas mais alguns passos da nossa missão.
Depois do regresso do Longundo estivemos alguns dias no Sumbe. No dia 14 de Agosto subimos para a Donga para preparar a peregrinação à Pedra Gonga, uma capela construída por volta de 1950 sobre uma enorme  rocha, junto à aldeia do Uquende.
No dia 16 de manhã, sábado, partimos da Donga a pé com algumas dezenas de pessoas que já tinham chegado de vários pontos da missão. Percorremos cerca de 17 km e foram-se juntando a nós outras pessoas que vinham de outras aldeias e com as quais já tínhamos encontro marcado para prosseguirmos juntos. Logo que chegámos encontrámos outras pessoas que já tinham chegado de outros pontos da comuna do Gungo e dirigimo-nos à pequena capela para agradecer a chegada e o encontro.
De tarde tivemos a celebração da missa na capela do Uquende seguida de um tempo de oração de meditação.
À noite fizemos uma procissão de velas com uma imagem de Nossa Senhora desde a capela do Uquende até à pequena capela da Pedra. Foi grande o número de pessoas que participaram neste momento. O andor era muito simples e pobre, feito com uns paus tortos, a inspirar o sonho de fazer um mais adequado; também as velas “made in China” se apagavam com algumas facilidades e estavam a pedir uns copinhos de plástico para as proteger do vento, que entretanto já vão a caminho para uma próxima oportunidade. Durante o percurso meditámos os mistérios do Rosário.
No fim, já de regresso à aldeia, era grande o contentamento das pessoas por aquela experiência de fé e ainda ficaram mais uns largos minutos a cantar e a dançar para expressar essa alegria da fé.
O domingo começou com a oração de Laudes na aldeia. Após o “mata-bicho” e as devidas preparações, tivemos a celebração da missa dominical junto da antiga capela com a presença de várias centenas de pessoas provenientes de toda a área da missão.
No as pessoas voltaram às suas aldeias certamente mais animadas e revitalizadas na sua fé.
Em anos anteriores já tinham feito procissões até esta capela. Mas em 2013 a missão iniciou este que queremos que seja um momento importante ao longo do ano. Foi naquela capela que foram batizados os primeiros cristãos do Gungo e por isso é um marco histórico na fé da comunidade
Um abraço e até breve.

P. Vítor Mira

sábado, agosto 30, 2014

15 anos em missão - vamos celebrar!

Saudações a todos os membros do Grupo Ondjoyetu, nos vários graus de participação, e simpatizantes.

Vimos por este meio anunciar que estamos a passar pela data em que se realizou o primeiro encontro de jovens missionários que terá resultado no que hoje é o Grupo Missionário Ondjoyetu. Esse encontro ocorreu no final de Agosto de 1999 quando se deslocaram à nossa diocese alguns jovens de Créteil, França. Na altura foi feito um encontro de partilha e como continuação e por orientação do Sr Pe Vítor surgiu um grupo que foi reunindo e caminhando ao longo de 15 anos de dinâmica missionária dentro e fora da diocese e do país.

Vamos procurar viver este momento como uma oportunidade para reforçarmos a nossa coragem missionária e aumentarmos o ânimo para continuar. Nesse sentido propomos desde já vários momentos distintos:

- Abertura das actividades do Grupo Ondjoyetu, no dia 06 de Setembro, às 20:30, no Seminário, com celebração da Eucaristia seguida de jantar partilhado e apresentação do plano anual de actividades.

- Vigília missionária diocesana, no dia 17 de Outubro, às 21:00h.

- Presença no Mercado Sant’Ana nos dias 24 a 26 de Outubro. Do programa consta a abertura da exposição fotográfica renovada e do testemunho dos 15 anos de actividade do grupo. Esta presença num espaço privilegiado no coração da cidade pretende mostrar o que se foi fazendo e ao mesmo tempo despertar e aumentar a consciência missionária.

Marquem nas vossas agendas e apareçam!

Pelo Grupo Ondjoyetu: Pe David Nogueira Ferreira

quinta-feira, agosto 28, 2014

Pe Vítor está entre nós

Saudações a todos,


 
 
 

 
 
O Pe Vítor Mira veio a Portugal para uma visita rápida. Damos o testemunho da sua chegada. Estará entre nós apenas dez dias. Vem animado e com mais histórias para contar.
Em Angola ficou a Tânia Santos que tem estado a desenvolver trabalho na área da saúde e os restantes elementos, angolanos, que integram as várias funções na missão.
 
 
 
Esta vinda é oportunidade para nos inteirarmos do andamento da missão e, ao mesmo tempo permite ir preparando mais algumas etapas.
 
Boa missão para todos!

quarta-feira, agosto 13, 2014

Uma mãe sem filho e uma filha sem mãe

Olá, boa noite.
Cá estamos de novo… e com tanto para contar… que nem vai dar.
Como disse no último “post”, na sexta-feira partimos para o Longundo por um caminho desconhecido.
Graças a Deus o nosso guia não falhou e acompanhou-nos a partir do Seles. Já tínhamos percorrido 70 km. desde o Sumbe. Rumámos em direção à Catanda, daí para o Atóme, via da Chila e corte para o Longudo. Foram aos todo 80 km. de asfalto e 75 de picada, nuns sítios melhor, noutros nem tanto. Subimos montes, descemos vales, passámos por dentro de rios graças ao tempo seco em que nos encontramos, cruzámos pontes de paus e tábuas que por vezes fazem arrepiar. Das muitas aldeias por que passámos, todas parecidas, cada uma com o seu nome, ficou o de uma: Leiria. Terá algum conterrâneo nosso andado por ali?
Já perto do Longundo passámos pela Chinjamba, rodámos dentro da aldeia e até parámos para saudar as pessoas que vieram ao nosso encontro. Quando o sol já declinava no horizonte chegámos ao nosso destino, cerca de 7 horas depois de termos partido. À nossa espera um grupo de pessoas com batuques a cantar, dançar, bater palmas… a dar as boas vindas, momento que sempre emociona. Depois acompanharam o jipe com aquelas danças de ritmos tribais até à aldeia.
Foram-nos mostradas as instalações começámos a descarregar o jipe com a ajuda de algumas pessoas e o olhas atento e curioso das crianças com olhos bem arregalados de tanta coisa que saía daquela caixa metálica branca. Algumas das mais pequenas fugiam de medo e ficavam a ver-nos ao longe com olhar desconfiado. Ocupámos os nossos quartos e conhecemos a sala onde tomaríamos as refeições. Logo o avô Filipe se pôs a fazer uma sopa que nos soube muito bem. Nesse dia o cansaço era tanto que só deu para jantar, fazer alguns ajustes no programa da visita e fazer a oração da noite.
No sábado, depois da oração da manhã e do mata-bicho, distribuímo-nos pelas nossas tarefas: a Tânia nas consultas com o apoio das manas Joaninha e Teresa para a tradução e rastreio; o avô Filipe na cozinha, eu com as habituais reuniões com vários grupos da comunidade. A determinada altura a Teresa foi atender de cantina pois tínhamos levado sabão, sal, esparguete e lixívia, o que tínhamos disponível na altura. Como o dinheiro por ali é pouco, a maior parte das coisas foram vendidas à troca por milho.
No domingo tivemos a missa dominical na capela que tem paredes mas a que falta ainda o telhado. Estava muita gente e entre todos, um catequista que agora vive no Atóme e cuja presença me emocionou porque não o via há muito tempo e trazia vestida uma camisa que lhe ofereci em 1995, quando ele vivia no Gungo. Merecemos uma fotografia.
No domingo de tarde mais consultas, mais reuniões e uma lição de culinária para ensinar as pessoas a fazer sopa. Deu sucesso e muitos provaram a dita sopa que teve que ser comida diretamente do prato para a boa porque por ali não há colheres.
Entre muita coisa que aconteceu marcaram-nos duas situações em que nos implicámos. Uma grávida da qual a Tânia suspeitava que tivesse a criança morta no ventre (o que se veio a confirmar quando chegámos ao hospital do Sumbe) e uma bebé de 12 dias que a mãe e a irmã gêmea tinham morrido no parto e que praticamente não estava a comer nada.
Em vez da ginguba que queríamos comprar, trouxemos a mãe que ficou sem filho e a filha que já não tinha mãe e tem sido cuidada pela tia, mais duas crianças e uma cunhada. No tejadilho um cabrito “barreguento” que nos ofereceram no Caponte… mais bagagens, milho, ainda alguma ginguba… jipe a “abarrotar”.
À saída do Seles um polícia mandou-nos parar, mas o outro que estava à sombra na cadeira deu “instruções”: “esse aí é padre, saúda só e deixa seguir”. Recebemos um sorriso simpático, uma cara de admiração pelo local de onde vínhamos e votos de boa viagem. Como é mágica e bela a palavra “missionário”.
No Sumbe, mal chegámos a casa, eu e a Tânia partimos para o hospital noutro carro com os “casos” que trazíamos, enquanto o resto da equipa ficou a descarregar o “Cavalinho Branco”.
Ainda nessa noite a pequena “Quintinha” (porque nasceu à quinta-feira) tomou o primeiro alimento em vários dias (graças ao meu “xará” Vítor tínhamos em casa um biberon e leite próprio para recém-nascidos) e recebeu o nome daquela que pelo menos nestes dias muito a ajudou segurar a vida: Tânia!
Ontem tivemos a visita da simpática família Menezes (já falámos do Luís), que é da Maceira.
Neste momento o camião está carregado e, se Deus quiser, amanhã de manhã partiremos para a Donga para mais uma etapa de 10 dias.
Estamos juntos. Um abraço.

P. Vítor Mira

quinta-feira, agosto 07, 2014

Rumo ao Longundo

Olá, muito boa noite e votos de bem-estar.
Estamos de passagem pelo Sumbe. Chegámos ontem da Donga e amanhã já partimos para o Longundo, um dos centros mais distantes e isolados do Gungo. Para termos uma ideia, por lá ainda surgem esporadicamente casos de lepra. Mais uma vez, como acontece com o centro do Caponte, se as vias estivessem abertas, teríamos que percorrer cerca de 35 km para ir da Donga ao Longundo. Mas como isso não acontece, tivemos que vir ao Sumbe e daqui rumar às referidas paragens.
Para mim e para o resto da equipa é um novo desafio. Dos que aqui estamos só eu e a Teresa visitámos este centro em Setembro de 2012. Mas os dois fomos de mota pelos carreiros e capins do vasto Gungo. Para todos é a primeira vez que vamos de jipe, por estrada e por picada, até ao Longundo.
Sabemos que temos que ir pelo Seles e para lá sabemos o caminho. Esperamos lá encontrar o Genito Jaime, um cristão daquelas áreas, que será o nosso guia. Apenas sabemos que teremos várias dezenas de quilómetros de picada, em alguns sítios em muito mau estado. Depois contaremos como foi…

 Por falar em contar como foi…
O nosso trabalho na Donga correu muito bem, apesar de termos ido coxos, pois a Teresinha ficou no Sumbe, em casa de familiares, com paludismo.
A nossa caçula (a Tânia santos) adaptou-se muito bem. Teve uma plateia de cerca de 40 alunos a escutar atentamente as suas explicações no campo da saúde. Alguns até queriam continuar de noite, mas não dava mesmo. No tempo que sobrou não teve mãos a medir no atendimento de pessoas, num total de 103. As filas pareciam as do “médico da caixa”. Gente com paludismos, febres, infeções diversas, feridas, diarreias… e no meio disto, crianças, muitas crianças, a maior parte delas com doenças evitáveis, sem vacinas, sem os pais conhecerem as suas datas de nascimento… Mas a nossa mana, apesar de vir sozinha, tem sido corajosa e dado muito bem conta do recado.
Mas estes dias também foram de retiro para os casais da Igreja que preparam o batismo dos seus filhos, desta vez o segundo. Eram cerca de 100 pessoas. Também estiveram presentes dos Legionários e os catequistas visitadores que fazem parte do Conselho Permanente da Missão e que tiveram a sua reunião no domingo de tarde.
Pelo meio, houve trabalho de campanha: apanha de lenha, preparação de milho para a moagem (descasca para depois colocar na água), transporte de areia para as obras, limpeza de terrenos para as próximas sementeiras… também assim, com estes trabalhos de voluntariado se constrói a missão.
Em simultâneo continuou a funcionar a nossa cantina que dá um grande apoio às pessoas que se deslocam à missão
Na segunda e na terça deram-se mais alguns passos nas obras: realização da batmilha das duas casas que temos vindo a construir, colocação da cerca da futura pocilga e acabamentos do futuro armazém. Esta obra é muito importante e urgente. Este armazém servirá para guardar ferramentas e materiais de construção que estão num dos quartos. Ficando este liberto, irá servir de posto de atendimento de saúde, serviço que tem sido prestado na sala onde tomamos as refeições, o que não é muito aconselhável, mas tem sido a única maneira de atender as pessoas tão carentes nesta área.
Ficam algumas fotos que ilustram um pouco o que dissemos. Um abraço de todos nós e até segunda, se Deus quiser.

P. Vítor Mira

Missão no Alentejo - Apresentação

Saudações,

No passado domingo foi feita a apresentação da Equipa Missionária que está a desenvolver missão na área de Santo André, próximo de Santiago do Cacém. Esta apresentação foi feita na igreja paroquial, dedicada à Imaculada Conceição sob o título de Santa Maria.
A foto mostra a Equipa que foi no sábado, dia 02, enriquecida com um irmão vicentino, teólogo, que se juntou a nós para viver esta semana.
As actividades têm decorrido conforme planeado quer em Santo André, quer em Deixa o Resto (povoação vizinha).
Já foi possível realizar visitas domiciliárias, animação no centro de dia, encontros de reforço da devoção mariana, explicação do projecto missionário Ondjoyetu, visita à instituição O Farol...
Este está a ser um tempo de graças quer para a comunidade, quer para os membros da Equipa que se deslocaram para estas terras.

Continuem connosco!

sexta-feira, agosto 01, 2014

Missão no Alentejo

É já amanhã, sábado dia 2 de Agosto, que parte para S. André a equipa que vai assegurar a missão deste ano. Será um tempo para contactar com a comunidade de S.André e da povoação de Deixa-o-resto onde se desenvolverá a missão deste ano.
De 2 a 10 de Agosto estaremos  em colaboração com o pároco e com o apoio dos padres vicentinos a viver a fé com aquelas comunidades, fazer visitas domiciliárias aos doentes, fomentar a espiritualidade Mariana, visitar e animar o centro de dia, fazer uma vigília missionária...
Esperamos que seja um tempo de missão frutuoso para as comunidades e para a equipa que vai.

Aqueles que não vão presencialmente que nos acompanhem em pensamento e, se quiserem, na oração.