Olá, muito boa noite.
Hoje é domingo e estamos no Sumbe, onde participámos numa
missa campal presidida por D. Benedito Roberto, administrador apostólico desta
diocese (e arcebispo de Malange) que durou quatro horas e quinze minutos sob um
sol muito quente e um ar morno e húmido. Claro que à tarde também nos sentimos
unidos à nossa diocese de Leiria-Fátima que inicia hoje oficialmente o novo ano
pastoral. Durante a “nossa” missa foi aberto oficialmente o “Ano da Fé” nesta
diocese e foram ordenados três diáconos.
Mas já tínhamos chegado ao Sumbe na quinta-feira, dia 11,
depois de termos subido ao Gungo no dia um deste mês.
Durante os dias em que estivemos na nossa missão visitámos
um centro muito isolado chamado Culembe, talvez um dos que mais necessitam de apoio
e reorganização pois se encontra muito disperso e várias aldeias nem sequer têm
catequista nem capela, embora tenham cristãos. Durante os dias da visita
realizámos várias reuniões com vários grupos, reorganizámos o Ondjango do
centro e a Inês não teve mãos a medir nas consultas que deu com o apoio de
outros membros da equipa. Ali reencontrou o seu “velho” amigo Valentim, uma
criança com um ano e pouco que em Agosto do ano passado, com duas semanas de
vida, apareceu na Donga completamente desnutrido e desidratado, embrulhado num
simples pano, preso por um ténue fio de vida. A Inês e a Sandra (então em
missão de dois meses) conseguiram prendê-lo à vida e agora vemos um bebé bem
bonito e saudável.
O momento alto desta visita foi a celebração da Eucaristia,
algo que não acontecia ali havia algum tempo.
Regressados à Donga, ocupámo-nos em vários trabalhos:
continuação da abertura de uma nova lavra com o apoio de pessoas que chegaram
de várias partes do Gungo, colocação de um telhado provisório no novo forno da
Donga, descasca e debulha do milho para semente, atividades lúdico-didáticas e
de catequese com crianças da vizinha aldeia da Calumbamba, rega da horta,
pequenos arranjos e limpezas no espaço da missão, continuação da colocação das
caleiras e descargas para aproveitamento da água das chuvas para a cisterna que
já está concluída, fabrico da tampa da cisterna em betão, atendimento de
consultas no posto de saúde de um promotor que vive próximo da Donga, entre
muitas outras coisas. Como vêm, foram dias bem ocupados de atividades, mas
também marcados por momentos de oração.
Aqui ficam algumas fotografias: da horta e dos seus frutos
(as melancias tiveram que ser apanhadas antes que os bichos as comessem), da
Inês com o Valentim e das caleiras com as suas descargas.
Foram mais uns pequenos passos que demos em ordem à
construção da nossa missão que tanto passa pela formação e atendimento das
pessoas como pela melhoria das condições de habitabilidade e
autossustentabilidade.
E acreditem que lá naquelas montanhas não nos sentimos sós:
Deus esteve connosco, tal como aquele povo e todos vós que nos acompanhais e
nunca vos esquecemos.
Cumprimentos de toda a equipa, um abraço e boa semana.
P. Vítor Mira