Dia 16 de Março subimos ao Gungo e a picada colocou as
garras de fora, como não há duas sem três, entalamos três vezes! Faz lembrar
aquela música brasileira: “Nossa, nossa, assim você mi mata. Ai se eu ti pego,
ai, ai se eu ti pego. PICADA, PICADA, assim você mi mata. Ai se eu ti pego, ai,
ai se eu ti pego.” Aaaaah grande Berto J
mesmo com bate cus e turras no vidro, tomates e cebolas pelo ar, assentos que
fogem do sítio, não há buracos nem lama que nos impeçam de chegar à nossa Donga.
No domingo (17 de Março) celebramos a santa missa antecipando
o dia de São José (19 de Março) e fizemos uma pequena procissão à volta da nossa
missão com a comunidade presente.
Fiéis seguidores das nossas notícias, temos a comunicar que
finalmente as “chuvas grandes” chegaram. Bom para as lavras, mau para a picada…
E chegaram acompanhadas de muitos raios e coriscos. Esperamos que não sejam um
problema para ninguém. As chapas do telhado do nosso celeiro voaram, mas
acionámos a equipa de melhoramentos e logo se resolveu
tudo.
Esta semana tivemos muito trabalho na lavra da missão:
recolher o milho da terra; levá-lo e guardá-lo no celeiro; lavrar com os bois;
e semear feijão. Para o mata-bicho tivemos “garapa” feita pela mana Teresa.
Para quem ainda não provou esta iguaria, é uma bebida feita com arroz cozido e no
caldo leva um pouco de farinha de milho, depois acrescenta-se o açúcar e já
está, uma delícia!
Mais notícias: os trabalhos na casa dos catequistas e na
nova serralharia estão a avançar; houve formação para os catecúmenos e para os
penitentes; a nossa padaria até já recebe encomendas de outras aldeias; a nossa
moagem está sem descanso (houve um dia que trabalhou até às 00h00); continuamos
a apoiar nos estudos das meninas do Sumbe e da Donga; mais atividades com a
criançada; mais trabalhos de soldadura com remendos daqui e dali; mais idas ao
rio para abastecimento de água para a comunidade; o nosso cabrito “Antunes”
ficou doente, mas com cuidados redobrados e miminhos já está recuperado (Oh
mana Andreia, é o filhote da “Calcinhas”!); etc.
Dia de regressar ao Sumbe e com alguns contratempos
começámos a viagem já às 14h30m e adivinhem quantas vezes “entalámos”!? Não uma,
não duas, não três, mas cinco. Ou é lama, ou é bambus que caíram com o vento e
não dá pra passar, ou é pedras ou é buracos… Bom, nestas andanças pudemos
cantar: “1h da manhã ei! vem com, 2h da manhã ei!, vem com 3 da manhã ei!,
já são 4 da manhã ei!”... 13h30 de picada, “tá duro de verdade”!
Já no Sumbe, o trabalho também não dá tréguas… A mana Sílvia
com as meninas de casa trataram das compras e tarefas rotineiras para preparar
o regresso ao Gungo e foram à Conda para ir buscar mais água potável. O Padre
David com o mano Humberto foram até Luanda buscar o nosso guincho para o
Cavalinho, fazer mais umas compritas, afinar alguns pormenores do projeto da
água e umas visitas aos amigos e benfeitores da Ondjoyetu.
E é assim o tempo é sempre pouco para tratar de tanto… Mas estamos
juntos e em breve voltamos a dar mais novidades camungungas.