quarta-feira, novembro 14, 2012

Visitas, Batismos e Tempestade...

Olá amigos e amigas, muito bom dia.
Depois de algum tempo de silêncio, cá estamos de novo para partilhar convosco mais algumas páginas da nossa missão.
De 1 a 11 de Novembro a equipa esteve no Gungo, à exceção da Ana Sofia que ficou no Sumbe com o Amândio (que está cá de visita) a dar sequência a mais alguns acabamentos da nossa casa, mais concretamente, colocação das grades de ferro nas janelas da parte nova da casa.
Nós começámos esta etapa de trabalho com a visita ao centro da Tuma. Celebrámos a missa do Dia de Todos os Santos e também a dos Fiéis Defuntos, com a romagem a um cemitério (muito à semelhança do que se faz em Portugal – vemos na foto a romagem). O resto do tempo foi de preparação para a celebração dos 40 batismos de crianças que teve lugar no domingo, e as habituais atividades quando visitamos as aldeias do Gungo: atendimento de consultas, atividades com jovens, formação de economia doméstica, pastoral da criança, reunião do Ondjango do centro, entre outras.
Na segunda de manhã carregámos o jipe e seguimos para o centro de Cambinda, a 43 km de distância, onde chegámos ao fim do dia. Pelo caminho ainda parámos no Uquende e depois na Donga, onde almoçámos, apanhámos mais uns quilinhos de tomate da nossa horta e vimos que a cisterna da água já estava meia (soubemos esta semana que já encheu).
Os três dias que estivemos em Cambinda foram marcados por fortes chuvadas ao fim do dia e algumas trovoadas bem fortes. As atividades que realizámos foram idênticas às que habitualmente realizamos e que visam animar e acompanhar estas comunidades muito dispersas e isoladas. Sente-se que a seca do ano passado deixou as suas marcas, pois muita gente abandonou as aldeias onde vivia para procurar meios de vida noutros locais. Mas há a esperança que neste novo ciclo, em que está a chover e existe a promessa da terra dar o seu fruto, muita gente volte às suas zonas de origem.
Na sexta de manhã rumámos em direção a outro centro, o do Chitonde, já no caminho de regresso em direção ao Sumbe. Fomos recebidos na aldeia da Dula, que está situada na encosta de uma montanha. Como é habitual, toda a nossa bagagem foi levada nas mãos e à cabeça por aquele povo simpático que cantava de alegria pela nossa presença.
Tudo corria segundo o previsto com a realização das atividades programadas. No domingo, durante a missa estava um calor sufocante e adivinhava-se a vinda de chuva, o que veio a acontecer. Mas começou a cair com uma tal intensidade que os que ainda não tinham saído acabaram por ficar na capela pois não dava mesmo para sair, ainda para mais com aquele piso inclinado e agora escorregadio, era mesmo melhor não arriscar.
À chuva intensa associou-se um forte vento que fazia abanar a estrutura do telhado da capela em que nos encontrávamos abrigados. A determinado momento veio o grito: a casa do padre “destampou”, isto é, ficou sem tampa, as frágeis chapas de zinco, até ali presas por grossas canas de bambu e cordas, voaram todas.
Então foi correr para tirar tudo o mais rápido possível: pastas com livros, folhas e documentos, mochilas, colchões e outras bagagens tudo a ficar encharcado debaixo daquela forte chuva. Entretanto, o barro das paredes da casa de pau a pique também se ia soltando e caindo em cima dos nossos equipamentos.
Com a rapidez possível tirámos tudo para outras casas que ainda resistiam, enquanto a outras acontecia o mesmo que à “minha”. No meio daquela aflição graças a Deus ninguém caiu, o que foi quase milagre tendo em conta as danças desequilibradas que íamos fazendo.
Passada a tempestade, ainda comemos o almoço de galinha com arroz na casa de um professor. Depois de ponderada a situação e após o diálogo com os catequistas, achámos por bem antecipar o regresso ao Sumbe para o mais depressa possível pudéssemos “socorrer” o que estava molhado e se podia estragar.
Mais uma vez aquele simpático povo nos ajudou a levar tudo para o jipe.
Por agora é tudo. Despedimo-nos com um abraço para todos vós na certeza de que nos lembramos e rezamos uns pelos outros.
Cumprimentos da equipa.
Estamos Juntos.

P. Vítor Mira

5 comentários:

Anónimo disse...

Olaaá manos do nosso querido Gungo:
Esta mensagem vai direitinho a cada um de Vós, para dizer que estou convosco, que rezo por voces e que em DEUS encontrem sempre a vossa FORTALEZA! Que maria Santisima vos ajudenesta missao nada fácil que vivem dia com dia, mas lembrem uma coisa que nada fica sem recompensa.
Unidos a VÓS.
Sua mana Um beijinho, abraco de urso , aminha oracao e amizade.
Ir.Nancy

Anónimo disse...

Olà a todos!

Obrigada pela partilha.
Pessoalmente gostei que confiassem que està aqui alguém para escutar as vossas dificuldades. Não me esqueço de rezar por vocês e de ajudar no que posso.
Muita força e bom trabalho.

ana carreira

Inês Pereira disse...

Que bom ler as novidades e poder acompanhar os vossos trabalhos. E que bom saber que a chuva também vai caindo por aí e preparando as terras para mais uma época de produção.

Nós deste lado continuamos a acompanhar e a rezar para que tudo corra bem :D

Estamos Juntos

Mana Inegi*

Tio Serra disse...

Oi amigos da linha da frente.
Obrigado pela partilha da vossa missão. É muito enriquecedor saber do vosso trabalho no terreno de missão.
Batismos: Jesus nos disse ide e batizai, em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo. Fazer novos cristãos pelo batismo é um Dom da missão e uma bênção para o povo de Deus.
Dar Graças a Deus pelas chuvas que regressaram, é reconhecer que a água é fonte de vida no batismo, e o sangue da terra para a fazer frutificar.
O temporal que levou o telhado da casa do Padre, são os sinais dos tempos, que vem ao nosso encontro para compreendermos que Deus é o Senhor de todas as coisas.
Bem amigos obrigado pela partilha da linha da frente, para nós por cá, votos de união ao grupo, para partilharmos as nossas tarefas do grupo e rezarmos em comunidade.
Um grande abraço a todos Ondjoyetus.
Tio Serra.

Joana Vieira (Moviana) disse...

Que aventura essa na Dula!!

Bjinho grande com muitas saudades