Da Missão, em tempo de Cacimbo, novidades fresquinhas

Boa noite amigos e amigas que nos acompanham neste espaço de partilha missionária.
Sabem porque não temas dado notícias? Porque na Donga não há rede e por isso não podemos comunicar convosco por estes meios tecnológicos.
Pois é, no dia 24 de Julho a equipa que ainda estava no Sumbe saiu toda para o Gungo.
O Carlos foi com o Mário (nosso guarda e futuro motorista) ao Caponte, no Elefante Branco Mogui Mogui levar chapas e bens de primeira necessidade (arroz, açúcar, óleo, sabão, material escolar, entre outras coisas) e trazer ofertas da comunidade em milho e feijão e ainda algumas encomendas de particulares. O projeto era ir na quarta e regressar ao Sumbe na sexta. Mas na ida a picada estava tão má que antes de regressar o Carlos teve que andar com o camião e a ajuda do povo a colocar pedras em alguns sítios. Só pode regressar no domingo. Só ele pode contar as aventuras por que passou. No fim a comunidade até lhe ofereceu um bode pela ajuda que deu no arranjo da picada.
O resto da equipa (Mila, Teresa, P. Vítor, Joana e Tomásia), depois da viagem a Luanda para ir levar o Armando e a Elsa e receber as nossas amigas Movianas, fomos para a Donga onde já estavam o Sr. Serra, a Joaninha e o avô Filipe, mestre da cozinha.
Quanto à horta, cada vez está mais bonita. Não está a ter um desenvolvimento muito rápido talvez porque este é o tempo do Cacimbo e por isso mais fresco. O Sr. Serra tem sido um esmerado hortelão e tem-se dedicado a este projeto de alma e coração, de tal modo que está quase sempre na Donga para ir acompanhando constantemente esta linda horta. As imagens ficam para a próxima.
As nossas manas “Movianas Mais” (da Associação “Move-te Mais”) chegaram bem. Depois de uns primeiros dias mais calmos a que chamámos “campanha eleitoral” que até deram para tirar esta e outras belas fotografias, na segunda-feira após a sua chegada, ainda no Sumbe, começaram a ter contato mais de perto com a realidade do trabalho que vieram desempenhar, com o apoio da Emília Miroto que já está em missão desde Maio.
Na quinta-feira seguinte tiveram o primeiro grupo de formação constituído pelos promotores rurais de saúde. Esteve um grupo razoável, manifestando alguns dos presentes muito interesse e ainda a memória dos conhecimentos adquiridos nos anos anteriores. Seguiram-se o grupo das parteiras tradicionais e outro de promotores. E já podemos ver como estas formações foram dadas num salão em caminho de renovação, com novo piso, cadeiras e bancos oferecidos pelo Santuário de Fátima.
Eu estive mais com a área pastoral e no acompanhamento da abertura de cabocos de duas casas que vamos fazer na Donga. Na sexta e sábado estive com o grupo de preparação para a Primeira Comunhão, num total de 66 crianças e adolescentes. Mas alguns ainda nem se sabem benzer… a caminhada continua. Na segunda e terça estive com os pais das crianças que irão ser batizadas em breve, um total de 23.
A Teresa e a Joaninha foram dando o seu habitual apoio em vários trabalhos inerentes ao funcionamento da missão e o avô Filipe preparou-nos as refeições e foi fazendo pão para vender.
No sábado eu e a Teresa viemos para a Tuma e lá celebrámos ontem a missa dominical. Encontrámos a Fátima, aquela menina de que falámos há uns meses e que foi salva quando já estava presa pelo último fio de vida. Está grande e bonita. Aqui fica também uma fotografia dela ao colo da mãe.
Hoje viemos para Luanda para vir receber o P. José Alves que nos vem visitar.
Uma última informação: quando estávamos a sair da Donga o Sr. Serra disse que já lá há rede.
Um abraço e cumprimentos de toda a equipa.
Peço desculpa pelo fato do texto ser tão longo… mas acreditem que resumi; foram muitos dias!

P. Vítor Mira