sexta-feira, outubro 03, 2014

Missão Solidária nos confins do Gungo

Estimados amigos e amigas, muito boa noite.
Aqui estamos para partilhar mais uma página da missão de todos nós.
Em Julho e Agosto visitámos os centros mais distantes do Gungo: Caponte e Longundo, respetivamente. Como as picadas dentro do Gungo para estes centros ainda estão fechadas, tivemos que “ir à volta”, no primeiro caso passando pelo Bocoio e percorrendo 300 km para cada lado, no segundo pelo Seles com uma tirada de 170 km. em cada sentido. Nos dois casos mais de 200 km de picada em cada visita.
Nessas visitas, além das atividades e cariz pastoral, já demos apoio com o abastecimento de alguns bens primeira necessidade e transporte de produtos agrícolas do campo para a cidade.
Mas nessa altura foi-nos pedido que antes da chuva fizéssemos nova visita apenas com o fim do apoio alimentar, fazendo assim uma extensão da cantina que já temos a funcionar na Donga.
A resposta a este pedido foi programada e posta em prática nos primeiros dias desta semana, mais concretamente de segunda a quarta-feira.
No final da semana passada fizemos as compras e deixámos o camião já preparado para sair na segunda de manhã. O valor total de mercadoria era de cerca de 4.000,00 euros, mas tem que durar para vários meses e é para algumas centenas de pessoas. Se tudo correr como se espera, dentro em pouco começará a chover e então estas viagens seriam muito mais difíceis ou mesmo impossíveis.
Comigo foi o avô Filipe e ainda o senhor Constantino que serviu de nosso guia pois íamos também explorar novos caminhos: conhecer a ligação entre os centros do Longundo e do Caponte pela picada da Chila, o estado dessas picadas e ainda as distâncias também para percebermos qual o melhor caminho a seguir no futuro para visitar estas comunidades.
O primeiro destino era o Longundo. Subimos as íngremes montanhas do Seles, tomámos o caminho da Catanda e chegámos ao Atome. Daí entrámos na província de Benguela passando o rio Cubal e no final do dia, depois de oito horas de viagem, 80 km. de asfalto e 90 de picada, estávamos no Longundo, para grande alegria da comunidade.
Nesse dia o cansaço era tanto que apenas rezámos juntos a oração da noite.
O dia seguinte começou com a missa que acaba também por dar um sentido espiritual e de fé até as estas atividades mais “comerciais”. Após o matabicho descarregámos a maior parte da carga e deixámos as últimas recomendações de como deveriam gerir toda aquela mercadoria ali colocada “a crédito” em favor da comunidade. No fim ainda passámos por uma aldeia e comprámos cerca de 800 kg. de ginguba, algo que também já estava programado para rentabilizar a ida do camião. Depois seguimos em direção ao Caponte cruzando, como no dia anterior, vastas áreas de mato e savana. Em muitos locais estavam a decorrer as habituais queimadas, enquanto noutros já tinham acontecido, deixando um panorama triste e desolador.
Chegámos na companhia do nosso guia quando o sol já declinava no horizonte e a noite caía serena e fresca.Descarregámos o que para ali trazíamos e depois fomos recolhendo em várias casas feijão e milho, estes transportados em regime de "frete", deixando a carrada preparada para o dia seguinte. Como a capela do Caponte está em obras (o telhado de capim está a ser substituído por telhas de zinco, como percebemos pela imagem), rezámos o terço à volta da fogueira e no fim ainda convivemos por uns minutos.
O terceiro dia era o do regresso ao Sumbe e por isso a viagem mais longa: viemos a constatar que foram 214 km. Por isso celebrámos a missa bem cedo e pelas 8:30 h. já o nosso camião “roncava” com as cerca de três toneladas em cima.
No final do dia, cerca de 460 km depois, estávamos de novo na Ondjoyetu agradecidos a Deus por toda a viagem ter decorrido sem percalços e termos tido a possibilidade de dar apoio social a comunidades tão isoladas e pobres.
É que isto… também é missão.
Algo que sentimos sempre nestas atividades é que o que fazemos não somos apenas nós, mas uma grande família que de diversos modos torna possível esta presença solidária e amiga junto do povo do Gungo. Obrigado a todos os que têm acreditado neste sonho e de muitos modos, cada com o seu, o tornam possível.
Se Deus quiser, amanhã partimos para o Chitonde para uma visita de dois dias.
Um abraço e bom fim-de-semana.

P. Vítor Mira

 



3 comentários:

David Nogueira disse...

Muito obrigado pela partilha. Continuação de boa coragem para todos!

Anónimo disse...

Olaaaá1 Claro que tudo o que possamos fazer pelos nossos irmãos é missão, sempre que o fazemos com amor e por a amor a DEUS é missão.
Somos missionários de diferentes maneiras e feitios, Deus faz o que as nossas limitações não podem e anima-nos a por aquilo pouco ou muito temos de bom.
Um graaaande abraço.
Vossa mana Ir.Nancy

Anónimo disse...



Bom dia!

Feliz por receber noticias vossas, como sempre.
Muita força e coragem para a missão que é de todos e de Deus que a confiou a todos nòs que a cruzamos. Cumprimentos a todos, até à próxima.

ana carreira