sexta-feira, setembro 23, 2016

Conclusões das Jornadas Missionárias

À semelhança dos anos anteriores, também neste ano uma delegação de vários membros do Grupo Missionário Ondjoyetu participou nas Jornadas Missionárias Nacionais.

Missão com histórias de Misericórdia foi o tema sobre o qual reflectiram os cerca de 250 participantes, consagrados e leigos, nestes dois dias de aprendizagem e comunhão missionária.

A convite da FEC | Fundação Fé e Cooperação, a quem agradecemos o desafio que nos foi proposto, dinamizámos um workshop subordinado ao tema "Misericórdia e Voluntariado". A partir do relato escrito que a nossa missionária Inês Figueiredo fez de um dia de missão em plenas montanhas do Gungo, em dezembro de 2012, convidámos os participantes a dramatizar as peripécias e maravilhas por ela vividas na luta pela sobrevivência de uma jovem grávida e sua filha, a qual só poderia nascer de cesariana e, portanto, num hospital da cidade. Vários foram os obstáculos que de forma surpreendente se sucediam e muito dificultavam e atrasavam a evacuação da parturiente para a cidade. No entanto, com a força da Fé, transformada em milagres visíveis, Inês foi superando cada um dos desafios. Mesmo perante um último obstáculo, para o qual não se vislumbrava qualquer tipo de solução, já não restando esperança alguma, restava a Fé… A nossa missionária sentou-se, rezou... confiou. E mais um milagre, simples mas surpreendente (como são todos eles), aconteceu. Por causa desse e de outros milagres vividos nesse dia... por causa da Fé que nos anima e faz maravilhas... a bebé Linda nasceu.

Tal como os participantes que no workshop representaram esta história real de missão, também cada um de nós tem um papel: um papel na grande história de Misericórdia que nos une. Todos temos lugar. Todos temos a oportunidade de sermos instrumentos do Amor de Deus e de contribuirmos para um mundo cada vez mais justo e fraterno, onde somos todos irmãos uns dos outros e não só de uns poucos.

Um MUITO OBRIGADO a todos os que participaram no workshop e muitos parabéns à Comissão Episcopal das Missões, Obras Missionárias Pontifícias e CIRP por mais uma fantástica edição das Jornadas Missionárias.

Transcrevemos a seguir as conclusões destas jornadas:

--- As Jornadas Missionárias Nacionais 2016 decorreram, a 17 e 18 de Setembro, no Centro Paulo VI, em Fátima, com a participação de cerca de 250 pessoas, vindas de todo o país.
--- O P. António Lopes, diretor nacional das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), deu as boas vindas, abrindo os trabalhos. D. Manuel Linda, Presidente da Comissão Episcopal ‘Missão e Nova Evangelização’, abriu as Jornadas com uma palavra de incentivo missionário. No ‘ide por todo o mundo’, não obstante a escassez de Missionários/as, vivemos tempos de aumento de geminações entre dioceses e paróquias de Portugal e dos quatro cantos do mundo. É necessário avivar o ardor missionário e o tema escolhido atrai e faz partir ao encontro do outro como Missão recebida de Jesus. É urgente aprofundar a comunhão e colaboração com a Igreja local.
--- Os participantes puderam olhar três rostos de misericórdia. No Sudão do Sul, o P. José Vieira, comboniano, viveu a Missão da misericórdia não como um conceito abstrato mas um encontro de corações no contexto de uma guerra civil que continua a massacrar um povo pobre. No Japão, o P. Adelino Ascenso, Missionário da Boa Nova, viveu a sua Missão, traduzida por três simples adjetivos que caracterizam a vida de Jesus: débil, companheiro e maternal. Na Amazónia, o Luis Fernandez, leigo da Consolata, partilhou a sua vida e luta em defesa dos povos indígenas da Amazónia. Partiu com a esposa e lá nasceram três filhos. Viveram as alegrias e angústias de um povo espezinhado, ajudando a formar líderes e construir comunidade. Lembrou que ‘o desafio maior da Missão é ouvir o clamor da terra e dos pobres. É defender a vida!’.
--- A tarde de sábado foi preenchida por cinco workshops que enriqueceram os participantes com partilhas e reflexões sobre o desenvolvimento, o voluntariado, a ecologia integral, a inclusão e a reconciliação.
--- A Irmã Myri, natural de Mafra e Monja na Síria, partilhou a experiência da sua comunidade monacal em contexto de guerra civil. O Convento nasceu por causa do empenho pela unidade dos cristãos e do diálogo com todos os crentes. Lembrou que, ‘cada um de nós é uma história de misericórdia onde somos convidados a olhar para Cristo e ver no irmão a presença d'Ele. O trabalho dos missionários na Síria é de alto risco porque sem armas na mão, partilhando os sofrimentos de um povo pobre e mártir.
--- D. Juan José Aguirre, Bispo de Bangassou, na República Centro Africana, partilhou a Missão de uma Igreja perseguida até à morte por grupos armados de fundamentalistas islâmicos e não islâmicos que semeiam o pânico entre as populações e querem erradicar o cristianismo de África. Lembrou o momento forte que foi a visita do Papa Francisco a Bangui, onde abriu a Porta da Misericórdia antes ainda de o fazer em Roma. Como Bispo é um construtor de pontes. Contra a violência, a Diocese opta sempre por construir escolas e projetos de desenvolvimento.
--- Tempos fortes destas jornadas foram os momentos de celebração, quer no auditório dos encontros quer nas celebrações oficiais do santuário, sobretudo a Eucaristia presidida por D. Manuel Linda, em que foram enviados em Missão seis Missionários.
--- Em contexto de Jubileu do Centenário das Aparições de Fátima, as Jornadas Missionárias Nacionais 2017 serão realizadas a 16 e 17 de Setembro.

No site das Obras Missionárias Pontifícias, além do testemunho do nosso missionário Pe. David Nogueira, que apresentamos a seguir, encontramos testemunhos dos vários missionários que, ao longo dos dois dias de jornadas, partilharam histórias de misericórdia Ad Gentes.

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