sábado, agosto 24, 2019

Caminhando e Trilhando



Durante o tempo que estivemos no Sumbe a preparar a nossa subida para o Gungo, no início de Agosto, aproveitámos para ir à cidade da Conda onde costumamos ir buscar água para beber. Lá, enchemos os nossos bidons, mais precisamente 48 bidons de água que têm cerca de 20L cada e que, ao final de uns 10, já mais parecem ter 50L… Assim, é uma realidade que nos leva a olhar as mulheres do nosso Gungo com mais consideração. É impressionante os quilómetros que elas têm de percorrer para irem buscar água e levá-la à cabeça para as suas casas. Água para beber, água para cozinhar, para a higiene pessoal e para tantas outras coisas que nos soam de banais… É bom ver e sentir serenas mudanças sociais que tranquilamente se vão instalando nas comunidades, como o facto de alguns homens apoiarem as suas esposas nesta tarefa, nomeadamente no transporte com o auxílio das motas.
Durante este período, o mano Humberto continuava os trabalhos na capela do Uquende e os manos Vítor e Aires foram até à nossa Donga para iniciar a recuperação da cisterna para podermos vir a receber água de uma nascente que fica sensivelmente a 1500m da missão.
Para já foi feito o trabalho de tratamento exterior da parede e a colocação dos tubos e torneiras que servirão para o novo sistema de enchimento e distribuição.
No dia 15 de Agosto subimos para o Uquende. Lá, estava a nossa mula e a nossa moagem a precisarem de uns salva-vidas e claro que depois de umas “cirurgias” complicadas e difíceis ficaram a funcionar na perfeição!
No dia 16, rumámos à Donga, de onde partimos em peregrinação para o Uquende num percurso de 17 km. Entre vales e montanhas, subidas e descidas, passo-a-passo caminhámos juntos. Por vezes suando, rezando e cantando. Pelo caminho, fomos encontrando pessoas de várias comunidades que se foram juntando a nós. Caminhou-se alegremente e sem percalços.
À nossa espera, no Uquende, tivemos um fabuloso almoço confeccionado pelo avô Filipe. Depois desta refeição tivemos alguns minutos de descanso e mais tarde um tempo de reflexão junto da comunidade sobre o que é a peregrinação. Por volta das 18h, o Padre David presidiu a celebração da Eucaristia. Seguidamente realizou-se a procissão de velas em Honra de Nossa Senhora que rumou até à capela/santuário da Pedra Gonga. No domingo, dia 18, também celebrámos lá missa e assim se marcou a despedida do Gungo para os manos Humberto, Aires, Vítor, João e Ana Rita. No final deste dia cheio de emoção, descemos de coração cheio até ao Sumbe.
Nos sítios por onde fomos passando, o mano João e a mana Rita foram empregando os seus conhecimentos para ajudar as pessoas que recorriam até nós para as consultas e, assim, se vai tentando melhorar a saúde do nosso povo do Gungo.
Na terça-feira, o Padre David e a Mana Sílvia rumaram a Luanda para levar os nossos irmãos sãos e salvos ao aeroporto, enquanto as manas Cândida e Rita permaneceram no Sumbe a tratar das questões logísticas da casa. Estas manas vão ficar em missão até ao final do mês de Setembro.
Nestes dias também se tem trabalhado no arranjo do nosso Unimog. É uma preciosa ajuda para a população, quer no transporte de coisas pessoais e agrícolas da comunidade, quer no transporte de mercadorias para a nossa cantina e de alimentação para os nossos animais. Já há algum tempo que o nosso Elefante está parado e a verdade é que está a fazer muita falta… “tá duro”!
Sábado, voltaremos a subir ao Gungo com destino ao Longundo e Caponte para mais uma visita aos bairros destes Centros.

Beijinhos e abraços!
Tukasi Kumosi (Estamos juntos)
A linha da frente
 


1 comentário:

Tio Serra disse...

Alô Linha da Frente, muito obrigado pela partilha que fizeram pois é muito bom relembrar todos os passos da Missão.
As fotos ajudam-nos muito a ter uma ideia de como se encontram os trabalhos Pastorais a Celebração na Pedra Gonga, trabalhos manuais. A Capela do Uquende e o tanque.
Um grande abraço Missionário para toda a Linha da Frente.
Estamos juntos.
Tio Serra