Nesta temporada foram atendidos
cerca de 130 doentes que apareceram na Missão a pedir consulta. Um pouco acima
da média. Muitos destes casos eram de paludismo, cerca de 90. Infelizmente terminaram
os testes rápidos que nos indicam com alguma precisão se as pessoas têm ou não
paludismo porque esgotaram no armazém onde habitualmente conseguimos comprar. Mas
a experiência vai ajudando a observar no organismo humano os sinais permitindo
com alguma exactidão chegar ao diagnóstico ou despistá-lo.
Numa das consultas por volta das
19:00h: um bebezinho com 15 dias que deixou de mamar desde a manhã desse dia...
Aparência de prematuro com boca bem pequenina… Um grupo de pessoas a acompanhar
(12 adultos e alguns bebés cocados!) Parecia uma situação dramática… Depois de
analisada a situação, uma primeira experiência: a mãe tirar leite e dar-se com
uma seringa no canto da boca… E resulta! Ele está a aceitar… e duas e três
seringadas (de 5ml). Depois chamámos a avó para ela experimentar fazer a
operação e oferecemos à mãe copos e seringas para que ela pudesse tirar o leite
e dar e ensinámos a esterilizar o material e todos os cuidados de higiene e
nutrição necessários para ambos. O problema era apenas o bebé ter a boca ainda
pequenina e, felizmente ali o remédio estava na mãe. Passado uns dias disseram
que já estava a mamar por ele mesmo.
Também no campo da orientação
para a vida e orientação espiritual vai sendo preciso ajudar alguns que vêm
para partilhar e desabafar angústias e incertezas. É a saúde do espírito por
vezes em perigo. Assim ajudamos a crescer
por fora, mas também por dentro. Dar coragem para novas etapas.
A nível da pastoral houve
encontro do concelho permanente para planificar mais uma temporada, agora até
ao final do mês de Agosto. Vamos aceitar o desafio de fazer visitas aos centros
em tempo de pandemia com as adaptações necessárias. Num dos fins de semana na
Donga tivemos um encontro para noivos, mas, estranhamente, só apareceu um casal
mas receberam tudo a que tinham direito. No fim de semana seguinte foi a vez da
preparação para o baptismo de famílias dos centros do Caponte, Ondjila e Calipe.
Pais de cerca de 60 crianças (alguns com 2 e 3 filhos para o Baptismo) com algumas
das crianças, cestos e panelas passaram 3 dias para viver mais um passo de
preparação.
Na serralharia vão-se operando
alguns pequenos milagres em que “a sucata vira mota!”. Já se tornou quase um
lema quando os motoqueiros chegam com os chassis todos partidos e saem dali a
aceleram para mais um tempo. Vão-se fazendo também alguns trabalhos para a “casa”.
No nosso estaleiro crivámos terra
e estamos a produzir mais BTC (blocos de terra comprimida) a pensar na casa de
apoio aos catequistas – nestas duas semanas produzimos mais ou menos 1200
blocos e a produção irá continuar até aos 8000.
Nas mecânicas: Umas afinações do
Camião (Unimog mais conhecido por Elefante Branco) para que assegure os
transportes entre os quais a tão preciosa água; Os geradores que teimam em
querer também os seus mimos e as manutenções habituais no Cavalinho (jipe Land
Cruiser) para que não nos falhe.
A moagem do Uquende Já vai
revelando algum cansaço. O moleiro desalentado: “Porque as avarias só acontecem
no meu turno!” veio à missão. O que será? Consegui um dia com disponibilidade
para dar uma fugida. Parecia coisa “de feitiço” pois o motor não parava mesmo
desligando no botão… Uma pequena peça saiu do sítio e desregulou a aceleração. Umas
horinhas e afinações depois… e está a trabalhar como um relógio… Saltitão! As
mamãs estão contentes!
O serviço de fotocópias continua
a ser crucial para que mais habitantes do Gungo sejam cidadãos conhecidos pelo
estado através dos registos de nascimento e atribuição de BI. Mas também
internamente estas máquinas são uma grande ajuda. Nova edição do livro do culto
dominical na ausência do sacerdote para ajudar os catequistas, o guia para o
ensino da doutrina, as actas do Conselho Permanente, os programas mensais que
vão para todos os centros. A isto se associam as plastificações.
Na agricultura já colhemos 230 Kg
de feijão manteiga e iniciámos a recolha e descaroçar da jinguba. Para esta
última cultura os sinais são pouco animadores porque não vingou bem dentro das
vagens. O milho ainda vai esperar secar mais um pouco. No curral nasceram uns
leitõezinhos e os cabritinhos continuam a saltitar. A horta tem agora novos
viveiros de couve, repolho, tomate, beterraba, cenoura e cebola, pois dizem que
é o tempo “das hortas” embora dê para ter horta o ano inteiro.
Bem, por agora vamos ficar por
aqui no blog porque temos de trepar os morros. Boa missão para cada um!
A Equipa Missionária
4 comentários:
Sempre em movimento.
A missão não para.
Os "operários" é que são poucos.
Feliz por ter noticias da missão. A obra vai aparecendo com muito trabalho e persistência. Grande abraço para todos e que Deus vos proteja no cumprimento dessa espinhosa mas gratificante missão.
Parabéns Pe. David a Missão está bombando mesmo com um grupo muito reduzido,
fazendo grandes sacrifícios para que o barco continue a navegar.
Vamos rezando para que a saúde se mantenha boa.
Um grande abraço Missionário.
Estamos juntos.
Tio Serra.
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