segunda-feira, novembro 20, 2006

Olá amigos

Hoje falo-vos da água, desse bem tão precioso e que valorizamos mais quandonos falta. Sei que em Portugal tem chovido bastante, até com cheias egrandes prejuízos. Por aqui Também tem chovido, embora não muito, pelo menoscá pelo litoral. Este é o tempo das “chuvas pequenas”. Entre Fevereiro eAbril virão as “chuvas grandes”. Mas, mesmo que pequenas, estas chuvas jáderam para que o panorama da paisagem, tenha passado do castanho e cinzentopara o verde. Mas vamos à água. Nós estamos a viver na cidade do Sumbe, no primeiro andar de um prédio dequatro apartamentos. Uma casa pequena e que fazemos por chegar para a nossaactividade.Não temos em nossa casa canalizada. Normalmente sai em duas torneiras queestão ao nível do rés-do-chão. É preciso lá ir com baldes e trazer para cimacolocando-a em bidões de plástico do quais depois tiramos para nosservirmos. Para o banho arranjámos um balde de plástico com torneira queapoiamos a um nível mais elevado; depois é só abrir a torneira. Quem quer,aquece a água no fogão, mas nem vale a pena pois com este calor… masvoltando lá abaixo, a água sai de manhã e à noite e é preciso estar atentopara ir logo a correr pois junta-se lá muita gente: do nosso prédio e davizinhança próxima e distante – baldes grandes e pequenos, bacias,caldeiros, tudo serve para levar o precioso líquido. Às vezes temos queesperar pela nossa vez, outras deixam-nos passar à frente porque somos doprédio. Quando a água vem com alguma pressão até é rápido, mas quando não,chega a demorar mais de uma hora para enchermos os bidões. No fim ficamostodos transpirados por causa deste calor húmido.Quando chegámos, em Agosto, a água já vinha um pouco turva pois é captadadirectamente do rio. Mas algum tempo depois a terra assentava edecantava-se. Até ficava mais ou menos. Mas desde que começou a chover, emais lá para o interior, o rio Cambongo aumentou o seu caudal e a água está não se vê o fundo do balde, mesmo apenas com dez centímetros de altura. Nos bidões nem ao fim de três dias ela fica clara. Mas agora, por exemplo, estápior porque há vários dias que não sai água e acabámos a reserva de casa.Temos que ir com os baldes à nossa obra buscar água aqui para casa.E para beber? A água mineral é cara: cada caixa de 18 litros custa a cercade 8,50 €. Também pode ser fervida, mas fica com um sabor nada agradável.Como alternativa temos ido junto de uma vila chamada Conda, que fica a 100km do Sumbe, três horas e meia de viagem para cada lado devido ao mau estadoda estrada/picada. Lá existe uma nascente de água potável que até sai morna.É uma viagem cansativa mas vale a pena. Da última vez trouxemos 635 litrosde água o que correspondeu a uma poupança de cerca de 300,00 €. Transportamo-la em baldes e garrafões que trouxemos nos contentores. Estamos a ver que toda esta água vai dar para umas três semanas porque o consumo é muito grande. Agora, com o Sr. Rui, que está a orientar a nossa obra, somos seis pessoas em casa. A água que trazemos da Conda serve para cozinhar ebeber. Com o calor que faz o consumo é muito grande. Eu, por exemplo, tenhodias de beber mais de três litros que sempre se vão transformando emtranspiração. Por falar em água (e para vos fazer crescer água na boca): ontem fomos a umapraia comprar peixe seco e encontrei por lá uns amigos pescadores dos temposem que estive por cá em trabalho missionário entre 1993 e 1996. Imaginem: foram ao mar, a uma gaiola própria onde as têm guardadas, buscar cincolagostas vivinhas que nos ofereceram com muita alegria. E nós, ao recebê-lase comê-las à noite, também ficámos bem contentes. E são estas algumas das linhas com que se tece esta missão.Segue a foto (espero que siga) da recolha de água na Conda. Obrigado pelos vossos ecos e cumprimentos a todos. P. Vítor Mira

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais um belo texto para o livro que há-de um dia escrever intitulado: "Linhas com que se cosem a missão do P.Vitor" :)
Beijinhos Patele.

Anónimo disse...

Vistas bem as coisas... essa ideia de LIVRO agrada!!!Oh.. Pde Vitor pense nisso!!! Ainda voltaremos a falar neste assunto... até lá escreva... escreva sempre q tiver um bocadito, os seus textos levam-nos até aí junto de vocês... é só fechar os olhos e relembrar as s/palavras... e até parece q ouvimos a s/voz!!!!!!!
Beijinhos
PaulaJ.

Anónimo disse...

Ola a todos!
Eia adorei a ideia do livro...
Já estou a imaginar... as inesquecíveis aventuras em terras de Angola!

"Foi no dia..." sim, esta é forma preferida do P. Vítor iniciar as suas histórias,e é incrivel, nunca falha nas datas!

Mil Beijinhos já cheios de saudades, para todos

ESTAMOS JUNTOS
XAUÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ