Bom dia, amigos.
A primeira noite no Chimbango foi curta.
Como perceberam, já chegámos tarde. Tivemos que descarregar o jipe, só com a luz das lanternas, arrumar o melhor possível as "imbambas", comer uma sopa que fizeram para nós e depois lá formos descansar. Mas como nem sempre a hora de deitar tem a ver com a de levantar, do domingo às 6:30 h. já estávamos na capela para a oração da manhã, ainda meio estremunhados.
Depois do mata-bicho celebrámos a eucaristia dominical à sombra das árvores porque as pessoas que estavam não cabiam na capela de adobes e capi
m. E, claro, sentimo-nos unidos à nossa diocese de Leiria-Fátima que nesse dia vivia um momento importante com a ordenação do diácono Miguel Sottomayor.
Como sempre acontece nestas celebrações, o calor físico e humano traduzido nos cânticos, palmas, batuques e danças foram marcantes.
m. E, claro, sentimo-nos unidos à nossa diocese de Leiria-Fátima que nesse dia vivia um momento importante com a ordenação do diácono Miguel Sottomayor.Ao início da tarde houve uma sessão de ilusionismo levada a cabo pelo avô José, nome com que o meu pai ficou conhecido em Angola, mas disfarçado de Tuga Magic. Foram momentos de grande animação com olhares rasgados de admiração e expressões de grande espanto.
Mesmo a explicação do P. David que aquilo que o mágico fez não tinha nada de sobrenatural, que era apenas truque, explicação esta depois traduzida pelo catequista, não evitou que um mais velho tenha comentado: "mas agora a Igreja Católica também traz quimbanda (feiticeiro)?!!! (ainda por cima pai de padre, digo eu).
Depois da magia já os músculos aspiravam por uma "futebolada". Ainda por cima a bola era nova, mesmo a estrear. E aí fomos nós correr atrás de uma bola num campo tão comprido cheio de capim, de altos e baixos, de buracos... com futebolistas descalços. Emoção houve a rodos, gestos acrobáticos e loucas correrias, invasão de campo por porcos também não faltou... mas o resultado não se alterou: 0 - 0.
A noite deste domingo terminou com a oração do rosário na capela. A história continua... não perca os próximos capítulos.
Um abraço.
P. Vítor Mira
4 comentários:
Olá,
obrigada por continuar a transmitir o que foi a vossa viagem, tenho seguido com muito entusiasmo. Achei engraçado ter falado num jogo de fufebol, porque há poucos dias o meu filhote perguntou-me: porque é que os meninos em África estão sempre a jogar à bola? Eu respondi que eles não têm brinquedos como aqueles que nós conhecemos e temos, e que para eles ter uma bola de futebol é o melhor que podem ter, porque é um ojecto simples e que pode divertir muitos meninos ao mesmo tempo. Ora isso levou-o a reflectir e a ver que de facto há muitos meninos como ele que vivem de uma maneira completamente diferente daquilo que ele está habituado, e confesso que também me fez pensar, nós que temos tudo o precisamos e o que não precisamos, não damos valor ao muito que temos e esses meninos ficam completamente felizes com uma simples bola de futebol.
Por isso são tão importantes os vossos testemunhos, também nos levam a reflectir.
Bem, isto mais parece um testamento do que um comentário, fico então à espera do próximo capítulo.
Susana
Há já quem espere ansiosamente pelo próximo episódio!
A equipa de futebol é do melhor, com vários Eusébios e não só! A mana Inês era o árbitro?
Pensava que só cá é que os "porcos" invadiam os campos!Será que são efeitos da globalização?
A sério, estas coisas mexem comigo, daí a minha gratidão pela partilha!
felicidades para a linha da frente e também para a da rectaguarda!
Beijinhos
Boa noite; a todos os amigos.
O meu agradecimento vai para o Sr. Padre Vitoréé, que nos tem transmitido muito bem o que aconteceu na sua ida á Missão de São José do Gungo.
As suas noticias tem sido tão perfeitas, que eu ao ver as fotos e os testemunhos, consigo imaginar o que se passa na Missão, e viver esses momentos para mim.
Dou graças a Deus pelo maravilhoso trabalho, que a Linha da Frente tem realizado e continua a realizar, pois nem o capim de dois metros de altura faz a picada intransitável,
e foi possível cumprir essa maravilhosa Missão, com o testemunho que Jesus nos anunciou«IDE POR TODO MUNDO ANUNCIAI A BOA NOVA».
Estou certo que todas essas obras são feitas com muita oração, muito amor ao próximo, e com Bênção do Divino Espírito Santo.
Estamos sempre juntos na oração.
Um grande abraço para todos os ONDJOYETUS nos cinco continentes.
Tio Serra
A questão da sopa e dos ingredientes, para nós em Portugal sem problemas,aí em Angola é uma questão importante. Para além de ensinarem a confecção, era necessario conseguirem o cultivo dos ingredientes,que terão que ser adaptados ao clima do local. Por exº, no futuro deviam experimentar as cucurbitaceas - abobora, pepino,chu-chu, etc, ou outros que possam ser cultivados.As couves gostam de climas frescos, aí se o clima for sempre quente, terão que ser substituidas por outros vegetais. A questão da conservação do feijão era de maxima importancia, uma vez que o feijão é bastante rico. Tentem experimentar guardar o feijão (bem seco) em recipientes bem fechados, para ver o que acontece. Cá muitas vezes dá o gorgulho, aí era bom ver o que acontece em concreto.
Desejo o melhor à missão, cá continuarei a acompanhar.
Nota: digam como são as temperaturas na epoca mais fria.
Herlander - C.Rainha
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