Gestos que marcam

Olá amigos e amigas, boa noite.

Aqui estamos de novo a dar conta das nossas “andanças”. Depois da ida a Malange à tomada de posse de D. Benedito Roberto como arcebispo daquela arquidiocese, na passada quarta-feira voltámos de novo ao Gungo, mais concretamente ao centro da missão, na Donga.
Desta vez também subiu o camião que levou cimento, farinha de trigo , combustíveis, um tanque para apoio à rega da horta, beliches, ferramentas, tábuas, entre outras coisas. Durante estes dias tem estado a fazer transporte de pedras, areia e madeira para a concretização de algumas obras a tanto a nível comunitário como particular.
O trabalho da equipa desdobrou-se em várias frentes: formação dos Líderes da Pastoral da Criança (mais na vertente da saúde), palestra formativa para jovens também na área da saúde, retiro dos Legionários e celebração da sua festa anual. Na vertente mais material, continuámos a construir a nossa cisterna (já só falta um anel para ficar concluída a parte principal), a regar a nossa horta com toda “pesada logística” por causa de ainda não termos um sistema de rega devidamente adequado; depois há também todo um conjunto de trabalhos como ir à água, lenha, distribuir desinfetante da água às pessoas, entre muitas outras coisas, que fizeram parte das nossas ocupações.
Todos os dias tínhamos a oração da manhã às 6:30 h. (um dia foi às 6:00), missa ao fim da tarde e oração do Rosário como oração da noite. No sábado fizemos uma pequena procissão de velas com a imagem de Nossa Senhora até à aldeia da Calumbamba, próxima da Missão.
No domingo, após a missa, tivemos um almoço convívio promovido e organizado pelos Legionários. É impressionante como, apesar da pobreza material e falta de meios adequados, as pessoas desta comunidade não deixam de sonhar e tentar dar passos em frente nas suas vidas.
Também nos marcou o gesto de um grupo de jovens da Ondjila. Aproveitámos a tarde de domingo, no fim das pessoas dispersarem para as suas aldeias, para ir abastecer os tanques de água da horta e regá-la, pois só ali voltaremos dia 4 de Setembro. Esses jovens foram connosco para nos ajudar. Quando perguntei a um deles porque não tinham ido com os outros para a sua aldeia, respondeu-me que não podiam deixar a equipa sozinha na Donga. Um gesto e palavras que nos marcaram.
Hoje de manhã, com o jipe já praticamente pronto para partirmos, despedimo-nos dos nossos amigos que iriam fazer uma caminhada a pé de cerca de 40 km. Antes da despedida ainda tirámos uma fotografia para recordar… e mostrar.
Um abraço e boa semana.

P. Vítor Mira