sábado, junho 15, 2019

“Em busca do vale encantado”

Olá amiguitos e amiguitas, lembram-se desse filme? Eram uns desenhos animados de dinossauros. As paisagens do nosso Gungo também são assim, encantadoras. Ora montanhas que se perdem de vista pela neblina matinal, ora montanhas radiosas iluminadas pelo belo pôr-do-sol. Ora vales viçosos e verdejantes, ora vales dourados pelo tom rosado da plumagem do capim. Ora florestas cerradas que nos cegam pela luz das suas reentrâncias, ora florestas abençoadas e desbravadas pela sua múltipla diversidade. Foi assim a magia da semana que deu início à visita dos bairros. Que poético, não é!? Mas, antes de vos contarmos mais, falta saberem do dia da criança…

Chegámos no passado dia 1 de Junho ao Uquende por volta da hora de almoço e, depois de almoçar,... FESTA! Não podíamos deixar os nossos camungunguinhos sem comemorar o Dia Mundial da Criança. Então fizemos um pequeno Peddy Paper de equipas onde, em cada estação, tinham que responder a algumas perguntas (ex: sobre a moagem, cultura, ciclo J (ex: teste à visão, olfacto e tacto; luta do lenço nas costas, …). Também tirámos uma fotografia a cada equipa com adereços e decorações feitos noutras estadias anteriores com as crianças. No final do dia, após a oração da noite, assistimos ao filme “O livro da Selva”. Ainda neste dia, quando estávamos na estação da nossa Olumema Olumema (moagem) tivemos uma bela surpresa, a visita do Biólogo Pedro Vaz Pinto (dedicado à Palanca Negra, símbolo de Angola) e do Ornitólogo Michael Mills (um Sul Africano de referência no mundo dos pássaros). Vinham à procura de um pássaro que só existe em Angola e como já está extinto em zonas que eles conheciam devido à intervenção do Homem (nomeadamente devido ao corte de árvores) queriam confirmar se ainda existia algum exemplar no nosso Gungo porque na última visita em 2005 encontraram-no.
Lonjuio

da água,…), pelo meio umas cantigas, e realizar alguns jogos educativos evidentemente
No Domingo os nossos novos amigos foram à procura do tal passarito pelas áreas da Chitiapa e Belém e nós fomos celebrar a nossa Missa e depois de almoço, como o Dia da Criança “cuiou”, teve “repete”. Mais umas cantorias, uns jogos (ex: transpor uma teia; rebentar balões com rebuçados de olhos vendados;…) e, no fim do dia, o filme “A Idade do Gelo”. Ao jantar os nossos amigos desvendaram-nos as suas aventuras na picada e a alegria de terem descoberto o celebre passarito.
Na segunda após a oração da manhã explicaram para a comunidade presente quem eram, o que faziam, como trabalham e mostraram as técnicas e equipamentos que os acompanham. Foi engraçado ver a reação das pessoas quando eles faziam ecoar os sons e cantos dos pássaros, rapidamente os identificavam e diziam os nomes no dialeto. Eles regressaram às suas vidas e nós continuámos com os nossos trabalhinhos…
A capela do Uquende já vai na 23ª fiada e em breve já estaremos a passar a parte das janelas.`
Pamba
Ahhh é verdade, ainda não dissemos, mas estamos todos bem e na esperança que vocês aí no nosso Portugalito também.
Na terça fomos visitar o bairro do Lonjuio (para quem conhece está o monte Ico ao fundo), na quarta o bairro da Pamba, na quinta o Eval Dungo e na sexta o Ulundo. O programa para as visitas foi atender às confissões em primeiro lugar, depois missa, almoço e, de seguida, reunião de Ondjango do centro para saber como decorre a vida comunitária de cada bairro. Todo o restante tempo foi dedicado às crianças e jovens com jogos de estimulação física e cognitiva independentemente das suas limitações, assim se procura sempre a inclusão e participação de todos.

Durante as nossas visitas tivemos a companhia do secretário do Ondjango do Centro do Uquende, o Isaac, e a mãe Carolina do Uquende também fez questão de nos acompanhar para nos apoiar na logística de algumas visitas.

Eval Dungo






Em todos os bairros na nossa receção e despedida fomos muito bem acolhidos com palmas e cânticos a acompanhar o trajeto do carro. As pessoas são muito atenciosas, mal desligamos o cavalinho (carro) já nos estão a oferecer a famosa cadeira com o belo copo de água. E toda a envolvência, a diversificada paisagem, o arco-íris de borboletas que se atravessam, as casas, a cor da terra, tudo, tudo é mágico.
Muito mais haveria a descrever, mas fica para a próxima… Vamos voltar já amanhã (15 de Junho) para o nosso Gungo, com destino ao Uquende, mas a semana será para percorrer alguns dos bairros do Centro do Chitonde.
Com muito carinho nos despedimos e já estamos a contar os dias para a chegada do nosso contentor.
Muito obrigada por nos acompanharem desse lado. Estamos juntos no mesmo caminho (ondjila)!

Saudações da Linha da Frente.
Ulundo

1 comentário:

Pai Aires disse...

Sorridente e sem palavras...!!!
Esta é a forma como eu fico com as descrições da vida aí no Gungo.
Desejos de boa disposição, alegria e do melhor para todos,
Boa Sorte!!!
(PaiAires)