Dia 21 de Fevereiro, depois do matabicho pelas 07:15 e da
oração da manhã, iniciámos os preparativos para a subida ao Gungo. Após o
almoço, confeccionado pelo avô Filipe, frango de churrasco, esparguete e funje,
que estava uma delícia, começámos a carregar produtos alimentares, peças de
mecânica, a bagagem pessoal de cada um de nós e, assim, o Cavalinho, deu início
à nossa viagem por volta das 15:00. A galopar por caminhos sinuosos, buracos e
mais buracos, charcos de água motivados pela forte chuva que caiu há dois dias
atrás nesta zona da Província do Kuanza Sul. Chegando à localidade do Gundo, iniciou
o pior troço da picada. Foi muito difícil todo o trajecto até à Donga onde,
graças a Deus, chegámos pelas 2:00 madrugada.
Dia 26 de Fevereiro, 4ª feira de cinzas, fomos até ao Centro
da Chitiapa para celebrar o primeiro dia da quaresma e, na Eucaristia, fazer a imposição
das cinzas. A equipa foi recebida com cânticos de alegria e muitos sorrisos
estampados no rosto das crianças, jovens e adultos. “Juventude de todas as
idades” divertiram-se com jogos da bola nova! Depois do almoço, regressámos à
Donga. Tanto na ida como na vinda o Cavalinho, viajou sempre de lotação
esgotada. Ao final do dia, preparativos para a saída do Elefante em direcção ao
Sumbe na manhã seguinte.
Dia 28 de Fevereiro, de manhã, Sr. Padre e mana Teresa Maria
foram para a ponte da Donga desenterrar as pedras que ficaram submersas pelas
águas do rio e desfazer tossas de capim e terra que impediam a água de circular
livremente pelas manilhas. Enquanto isso, na missão, decorreu a formação dos
líderes da pastoral da criança e a concentração de catecúmenos para mais uma
etapa das suas caminhadas. Com a presença dos catecúmenos foi possível dar
continuidade à apanha do feijão e conseguimos malhá-lo todo.
Nestes dias da presença da equipa missionária no Gungo a
população recorre à missão para pedir auxílio e as consultas revelam que ainda
há um trabalho muito grande a fazer no que diz respeito à prevenção. Sendo o
serviço de saúde nacional um préstimo quase inexistente e quase inacessível, o
melhor e mais viável é evitar as situações de risco e ameaça. Assim, a equipa
esforça-se para informar e dar ferramentas às comunidades que as protejam.
Coisas simples, como lavar as mãos antes de comer e depois de ir à casa de
banho, dormir com rede mosquiteira e não estar exposto aos mosquitos nas horas
mais críticas, ferver a água e/ou tratá-la com lixívia antes de se consumir,
rehidratar com soro caseiro após uma diarreia, etc.
E agora não se assustem, mas temos uma novidade
“fantabolástica” para vos dar, a nossa cozinha da Donga tem uma bancada nova,
em vidro temperado, que vai facilitar o trabalho de alimentar e nutrir muito bem
toda a equipa. TXANANNNN J
Mais um trabalho iniciado (há muito em lista de espera) foi
a construção das vedações das nossas hortinhas. O Sr. Pe. David fez os moldes
para os pilares de cimento que irão sustentar a rede e, neste momento, os
pré-fabricados da Donga já começam a ter o seu lugar nos terrenos.
No sábado, o mano Boaventura esmerou-se com a dedicação ao melhoramento
do nosso forno. Para tirarmos a prova dos nove, fomos logo testá-lo. Et voilá! Uma bela fornada de pão a sair
que foi amassado pela mana Ção e cozido sob a vigilância e supervisão do mano
Boaventura. Aos outros manos coube-lhes a árdua tarefa de provar. Equipa, é
equipa! J Ao
fim do dia assistimos à sessão dos «101 Dálmatas» com forte afluência de miúdos
e graúdos e muitas risadas.
Segunda-feira (dia 2 de Março) rumámos ao Uquende para mais
uma semana de trabalho na capela e, no dia seguinte, foi colocada a primeira
chapa na cobertura do telhado. Neste momento já foram colocadas todas as chapas
só falta a cumeeira…
E agora outra novidade “cutxi cutxi”… (suspense) as crianças
trouxeram um esquilo bebé que foi acolhido e adoptado pela mana Sílvia. O
“Chico”, pequenino e frágil bichinho, vinha um pouco abalado com os saltos e
piparotes das crianças, mas, rapidamente recuperou com os cuidados e
alimentação.
Fizemos um curso de costura orientado pelas manas que decorreu
durante 3 dias. Maioritariamente apareceram crianças e jovens que trouxeram as
suas roupinhas para remendar (devido à época de trabalhos nas lavras as mães
não compareceram).
Uns com mais jeitinho, outros com algumas picadelas, mas tudo faz parte e
revelou-se um momento de partilhas e muito divertido.
Como extras temos sempre o trabalho de cartório que continua
sempre que as actividades o permitem e consultas “médicas” também no Uquende. Apesar
de haver um posto de saúde, nem sempre o único enfermeiro consegue prestar os
cuidados de saúde a todas as pessoas. Falamos da sede comunal onde existe um
número aglomerado de pessoas maior e do único local em todo o Gungo cuja
escolaridade vai até ao 10º ano, concentrando, como tal, mais estudantes.
E não podemos deixar de referir as actividades com as
crianças que sempre nos vêm requisitar, quer para ajuda nas tarefas escolares,
quer para enriquecimento curricular, lúdico e prático.
No Domingo, último dia da estadia no Uquende, depois da
celebração, fomos visitar a Capela (em ruínas) na Pedra Gonga que, apesar do
avançar do estado de degradação, estava “limpa” e sem capim a invadi-la.
A seguir ao almoço descida ao Sumbe - com as dificuldades da
picada e da chuvada que caiu durante a noite!
O mano Boaventura e avô Filipe ficaram no Uquende cheios de
coragem para dar continuidade aos trabalhos da capela. Durante a semana o
telhado foi sendo colocado a um bom ritmo e vai-se dar continuidade ao trabalho
de rejunte. As manas e a comunidade foram trabalhando ao longo da semana para
deixar terra refinada e areia lavada para os mestres não terem de parar...
Igreja da Muxima |
Assim, já no Sumbe, segunda-feira, após o almoço viajámos
para Luanda. Passámos na Muxima a acender uma velinha e pedir pela nossa Missão
e famílias.
Terça, regresso a Portugal da mana Teresa Maria que completou
3 meses com a Linha da Frente e agora continuará a missão no “tal é Puto”!
Assim embarcou a nossa querida companheira que, já sabemos, chegou bem a casa.
A vinda a Luanda implica também a resolução de assuntos como
compras e contactos de apoios para a missão. Desta vez trouxemos para manutenção
o motor da nossa Mula (a carrinha Toyota Hylux) que coitadinha já está
imobilizada há quase 6 meses…
Quinta-feira, 12 de Março, regresso
ao Sumbe para nos prepararmos para a próxima subida à Donga na sexta e logo em
seguida ao Uquende onde nos espera o resto da equipa.
Igreja da Pedra Gonga |
E assim nos despedimos por agora!
Não saiam dos vossos lugares porque nós voltamos sempre com novidades
fresquinhas.
Tukasi kumosi!
A Linha da Frente
3 comentários:
Tukasi kumosi 💗
Que bom, saber das novidades com melhorias e coisas boas!
Coragem e força para todos os que se mantêm na linha da frente.
Bem haja a todos os que alimentam esta missão!
Tukasi Kumosi 🤗
Padre David, que Deus vos abençoe a todos. Saudades
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