quinta-feira, março 12, 2020

Apesar do calor as notícias frescas



Dia 21 de Fevereiro, depois do matabicho pelas 07:15 e da oração da manhã, iniciámos os preparativos para a subida ao Gungo. Após o almoço, confeccionado pelo avô Filipe, frango de churrasco, esparguete e funje, que estava uma delícia, começámos a carregar produtos alimentares, peças de mecânica, a bagagem pessoal de cada um de nós e, assim, o Cavalinho, deu início à nossa viagem por volta das 15:00. A galopar por caminhos sinuosos, buracos e mais buracos, charcos de água motivados pela forte chuva que caiu há dois dias atrás nesta zona da Província do Kuanza Sul. Chegando à localidade do Gundo, iniciou o pior troço da picada. Foi muito difícil todo o trajecto até à Donga onde, graças a Deus, chegámos pelas 2:00 madrugada.
Dia 26 de Fevereiro, 4ª feira de cinzas, fomos até ao Centro da Chitiapa para celebrar o primeiro dia da quaresma e, na Eucaristia, fazer a imposição das cinzas. A equipa foi recebida com cânticos de alegria e muitos sorrisos estampados no rosto das crianças, jovens e adultos. “Juventude de todas as idades” divertiram-se com jogos da bola nova! Depois do almoço, regressámos à Donga. Tanto na ida como na vinda o Cavalinho, viajou sempre de lotação esgotada. Ao final do dia, preparativos para a saída do Elefante em direcção ao Sumbe na manhã seguinte.
Dia 28 de Fevereiro, de manhã, Sr. Padre e mana Teresa Maria foram para a ponte da Donga desenterrar as pedras que ficaram submersas pelas águas do rio e desfazer tossas de capim e terra que impediam a água de circular livremente pelas manilhas. Enquanto isso, na missão, decorreu a formação dos líderes da pastoral da criança e a concentração de catecúmenos para mais uma etapa das suas caminhadas. Com a presença dos catecúmenos foi possível dar continuidade à apanha do feijão e conseguimos malhá-lo todo.
Nestes dias da presença da equipa missionária no Gungo a população recorre à missão para pedir auxílio e as consultas revelam que ainda há um trabalho muito grande a fazer no que diz respeito à prevenção. Sendo o serviço de saúde nacional um préstimo quase inexistente e quase inacessível, o melhor e mais viável é evitar as situações de risco e ameaça. Assim, a equipa esforça-se para informar e dar ferramentas às comunidades que as protejam. Coisas simples, como lavar as mãos antes de comer e depois de ir à casa de banho, dormir com rede mosquiteira e não estar exposto aos mosquitos nas horas mais críticas, ferver a água e/ou tratá-la com lixívia antes de se consumir, rehidratar com soro caseiro após uma diarreia, etc.
E agora não se assustem, mas temos uma novidade “fantabolástica” para vos dar, a nossa cozinha da Donga tem uma bancada nova, em vidro temperado, que vai facilitar o trabalho de alimentar e nutrir muito bem toda a equipa. TXANANNNN J
Mais um trabalho iniciado (há muito em lista de espera) foi a construção das vedações das nossas hortinhas. O Sr. Pe. David fez os moldes para os pilares de cimento que irão sustentar a rede e, neste momento, os pré-fabricados da Donga já começam a ter o seu lugar nos terrenos.
No sábado, o mano Boaventura esmerou-se com a dedicação ao melhoramento do nosso forno. Para tirarmos a prova dos nove, fomos logo testá-lo. Et voilá! Uma bela fornada de pão a sair que foi amassado pela mana Ção e cozido sob a vigilância e supervisão do mano Boaventura. Aos outros manos coube-lhes a árdua tarefa de provar. Equipa, é equipa! J Ao fim do dia assistimos à sessão dos «101 Dálmatas» com forte afluência de miúdos e graúdos e muitas risadas.
Domingo foi dia de celebrarmos a nossa Santa Missa e, à tarde, houve encontro dos penitentes.
Segunda-feira (dia 2 de Março) rumámos ao Uquende para mais uma semana de trabalho na capela e, no dia seguinte, foi colocada a primeira chapa na cobertura do telhado. Neste momento já foram colocadas todas as chapas só falta a cumeeira…
E agora outra novidade “cutxi cutxi”… (suspense) as crianças trouxeram um esquilo bebé que foi acolhido e adoptado pela mana Sílvia. O “Chico”, pequenino e frágil bichinho, vinha um pouco abalado com os saltos e piparotes das crianças, mas, rapidamente recuperou com os cuidados e alimentação.
Fizemos um curso de costura orientado pelas manas que decorreu durante 3 dias. Maioritariamente apareceram crianças e jovens que trouxeram as suas roupinhas para remendar (devido à época de trabalhos nas lavras as mães não compareceram). Uns com mais jeitinho, outros com algumas picadelas, mas tudo faz parte e revelou-se um momento de partilhas e muito divertido.
Como extras temos sempre o trabalho de cartório que continua sempre que as actividades o permitem e consultas “médicas” também no Uquende. Apesar de haver um posto de saúde, nem sempre o único enfermeiro consegue prestar os cuidados de saúde a todas as pessoas. Falamos da sede comunal onde existe um número aglomerado de pessoas maior e do único local em todo o Gungo cuja escolaridade vai até ao 10º ano, concentrando, como tal, mais estudantes.
E não podemos deixar de referir as actividades com as crianças que sempre nos vêm requisitar, quer para ajuda nas tarefas escolares, quer para enriquecimento curricular, lúdico e prático.
No Domingo, último dia da estadia no Uquende, depois da celebração, fomos visitar a Capela (em ruínas) na Pedra Gonga que, apesar do avançar do estado de degradação, estava “limpa” e sem capim a invadi-la.
A seguir ao almoço descida ao Sumbe - com as dificuldades da picada e da chuvada que caiu durante a noite!
O mano Boaventura e avô Filipe ficaram no Uquende cheios de coragem para dar continuidade aos trabalhos da capela. Durante a semana o telhado foi sendo colocado a um bom ritmo e vai-se dar continuidade ao trabalho de rejunte. As manas e a comunidade foram trabalhando ao longo da semana para deixar terra refinada e areia lavada para os mestres não terem de parar...
Igreja da Muxima
Assim, já no Sumbe, segunda-feira, após o almoço viajámos para Luanda. Passámos na Muxima a acender uma velinha e pedir pela nossa Missão e famílias.
Terça, regresso a Portugal da mana Teresa Maria que completou 3 meses com a Linha da Frente e agora continuará a missão no “tal é Puto”! Assim embarcou a nossa querida companheira que, já sabemos, chegou bem a casa.
A vinda a Luanda implica também a resolução de assuntos como compras e contactos de apoios para a missão. Desta vez trouxemos para manutenção o motor da nossa Mula (a carrinha Toyota Hylux) que coitadinha já está imobilizada há quase 6 meses…
Quinta-feira, 12 de Março, regresso ao Sumbe para nos prepararmos para a próxima subida à Donga na sexta e logo em seguida ao Uquende onde nos espera o resto da equipa.
Igreja da Pedra Gonga
E assim nos despedimos por agora! Não saiam dos vossos lugares porque nós voltamos sempre com novidades fresquinhas.
Tukasi kumosi!

A Linha da Frente

3 comentários:

Ção Julião disse...

Tukasi kumosi 💗

Ismael Alves disse...

Que bom, saber das novidades com melhorias e coisas boas!
Coragem e força para todos os que se mantêm na linha da frente.
Bem haja a todos os que alimentam esta missão!
Tukasi Kumosi 🤗

Unknown disse...

Padre David, que Deus vos abençoe a todos. Saudades