Com o Pe Denis SVD Em Luanda |
Depois de uma pequena pausa em Luanda e de uma noite na sede da missão no Sumbe, eis que chega a hora de partir rumo ao mundo que nos espera: o Gungo. Partimos ao final da tarde com o essencial para viver os nossos primeiros dez dias na missão, conduzidos pelo P. David Nogueira que nos foi falando da paisagem, da história e cultura deste povo.
Dos 130 km que teríamos de
percorrer, os últimos quarenta foram a serpentear em picada estreita, ladeada
ora de capim bem alto, ora de árvores e vegetação exuberantes.
No Sumbe na residência Ondjoyetu |
Sentir a alegria que a nossa
passagem provoca é algo que nos toca profundamente e nos deixa de coração
cheio. Um balão, um rebuçado ou simplesmente um adeus é ter como resposta um
obrigado cuja autenticidade se sente no olhar de quem o pronuncia; é algo que
não se consegue explicar.
Depois de uma paragem no bairro
de Uquende, serpenteando de novo pela picada cerca de mais de uma hora e meia,
eis que chegamos à Donga. Acolhidos com cânticos de boas vindas e porque a
noite era já uma realidade, cada um se despediu e ficou apenas o silêncio. Um
silêncio que nos invade e nos leva a viajar por mundos onde aquele a que
estamos habituados se desvanece por completo.
Após algumas horas de descanso o
canto dos galos e os passos de quem, bem cedinho, se dirige para os trabalhos
nos campos, anunciam a chegada do novo dia.
Catecúmenos e padrinhos |
A primeira semana na Donga foi
tempo para olhar, escutar, sentir e viver intensamente o que os olhos vêem, os
ouvidos escutam e o coração sente. Uma tranquilidade que nos deixa perplexos e
nos interpela acerca do nosso conceito de felicidade. Tempo para constatar que
é possível ser feliz com muito pouco e tomar consciência de que sabemos muito
menos do que pensamos saber.
A sementeira de feijão |
O segundo fim-de-semana na Donga foi repleto de atividades pastorais em ordem à preparação de catecúmenos para a grande festa a realizar na Páscoa. A partir da tarde de 6ª feira, dezenas de crianças, jovens e menos jovens carregando o suficiente para confecionar as refeições foram chegando ao espaço da missão. Um verdadeiro acampamento ao ar livre. Espaço de convívio, partilha, oração e aprendizagem que terminou com a celebração da Eucaristia numa igreja literalmente cheia, não somente de presenças físicas mas de ritmo, alegria e fé.
Ao início da tarde foi tempo de mais uma caminhada de regresso às aldeias de origem o que para uma boa parte seria caminhar até ao dia seguinte.
Com um adeus até nos voltarmos a
encontrar para celebrar a semana santa e a Páscoa, também para nós foi tempo de
regressar ao Sumbe, de onde sairemos para celebrar o domingo de ramos numa
outra aldeia: a Tuma.
Pela equipa
missionária
Isabel
Cabeleira
3 comentários:
Que emoção e que saudades "ouvir" este relato! Sensação de "déjà vu" meu Deus!!!! Sinto como se aí estivesse os cânticos e o batuque!!! O bafo quente... para quando a minha volta?...💖
Boa noite caros UNDJOYETUS.
Obrigado pelo vosso relato de viagem pois isso faz reviver um passado maravilhoso.
Quero desejar-vos uma Santa semana Santa com esse maravilhoso povo e com os Catecúmenos que se preparam para o Santo Batismo.
Um, grande abraço a todo povo, não esquecendo a Linha da Frente.
Um abraço Missionário.
Estamos juntos.
Tio Serra
Grande Trabalho de Coração pela Obra Missionária e por aqueles que mais precisam .
Uma Santa Páscoa .
Parabéns Padre David pelo seu trabalho pelos mais necessitados.
Que Deus o Ajude muito na sua caminhada de Vida .
Amen.
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