
Faz hoje 50 anos que as Nações Unidas adoptaram a chamada Declaração dos Direitos da Criança, já enunciados em 1924.
É um lugar comum dizer-se que as crianças são o futuro de uma sociedade; da forma como as tratamos e educamos resultarão os adultos que um dia teremos.
Na missão que a diocese de Leiria-Fátima assumiu em Angola, mais concretamente no Gungo, procuramos que as crianças tenham um atenção especial. É pena que às vezes não tenhamos mais gente na Linha da Frente para o poder fazer. As ocupações da equipa missionária são tantas e os meios tão reduzidos que as crianças nem sempre recebem o apoio que necessitam.
Não podemos esquecer que Angola viveu uma situação de guerra civil a qual deixou marcas que só ao longo do tempo irão desaparecendo. As crianças, como elemento mais fágil de uma comunidade são muitas vezes as que mais sofrem. É com pena que digo que os que umas têm a mais (no mundo chamado desenvolvido) têm outras a menos.
A recente presença da Maria Angélica Filipe na Linha da Frente permitiu abrir mais uma linha de trabalho chamada "Pastoral da Criança" que passa pelo cuidado a ter não apenas directamente com estes seres bem frágeis, mas também pela sensibilização dos seus pais e comunidade em geral. Pequenos passos se deram e outros esperamos que se venham a dar para que estas declarações não sejam letra morta no papel.
Oxalá que mais gente se disponibilize para continuar este trabalho. Jesus disse: O que fizestes ou deixastes de fazer a estes mais pequeninos o fizestes ou deixastes de fazer a mim. Dá que pensar.
Teorias não nos faltam, o que nos falta é coragem e ousadia para as pormos em prática.
P. Vítor Mira