quinta-feira, agosto 07, 2014

Rumo ao Longundo

Olá, muito boa noite e votos de bem-estar.
Estamos de passagem pelo Sumbe. Chegámos ontem da Donga e amanhã já partimos para o Longundo, um dos centros mais distantes e isolados do Gungo. Para termos uma ideia, por lá ainda surgem esporadicamente casos de lepra. Mais uma vez, como acontece com o centro do Caponte, se as vias estivessem abertas, teríamos que percorrer cerca de 35 km para ir da Donga ao Longundo. Mas como isso não acontece, tivemos que vir ao Sumbe e daqui rumar às referidas paragens.
Para mim e para o resto da equipa é um novo desafio. Dos que aqui estamos só eu e a Teresa visitámos este centro em Setembro de 2012. Mas os dois fomos de mota pelos carreiros e capins do vasto Gungo. Para todos é a primeira vez que vamos de jipe, por estrada e por picada, até ao Longundo.
Sabemos que temos que ir pelo Seles e para lá sabemos o caminho. Esperamos lá encontrar o Genito Jaime, um cristão daquelas áreas, que será o nosso guia. Apenas sabemos que teremos várias dezenas de quilómetros de picada, em alguns sítios em muito mau estado. Depois contaremos como foi…

 Por falar em contar como foi…
O nosso trabalho na Donga correu muito bem, apesar de termos ido coxos, pois a Teresinha ficou no Sumbe, em casa de familiares, com paludismo.
A nossa caçula (a Tânia santos) adaptou-se muito bem. Teve uma plateia de cerca de 40 alunos a escutar atentamente as suas explicações no campo da saúde. Alguns até queriam continuar de noite, mas não dava mesmo. No tempo que sobrou não teve mãos a medir no atendimento de pessoas, num total de 103. As filas pareciam as do “médico da caixa”. Gente com paludismos, febres, infeções diversas, feridas, diarreias… e no meio disto, crianças, muitas crianças, a maior parte delas com doenças evitáveis, sem vacinas, sem os pais conhecerem as suas datas de nascimento… Mas a nossa mana, apesar de vir sozinha, tem sido corajosa e dado muito bem conta do recado.
Mas estes dias também foram de retiro para os casais da Igreja que preparam o batismo dos seus filhos, desta vez o segundo. Eram cerca de 100 pessoas. Também estiveram presentes dos Legionários e os catequistas visitadores que fazem parte do Conselho Permanente da Missão e que tiveram a sua reunião no domingo de tarde.
Pelo meio, houve trabalho de campanha: apanha de lenha, preparação de milho para a moagem (descasca para depois colocar na água), transporte de areia para as obras, limpeza de terrenos para as próximas sementeiras… também assim, com estes trabalhos de voluntariado se constrói a missão.
Em simultâneo continuou a funcionar a nossa cantina que dá um grande apoio às pessoas que se deslocam à missão
Na segunda e na terça deram-se mais alguns passos nas obras: realização da batmilha das duas casas que temos vindo a construir, colocação da cerca da futura pocilga e acabamentos do futuro armazém. Esta obra é muito importante e urgente. Este armazém servirá para guardar ferramentas e materiais de construção que estão num dos quartos. Ficando este liberto, irá servir de posto de atendimento de saúde, serviço que tem sido prestado na sala onde tomamos as refeições, o que não é muito aconselhável, mas tem sido a única maneira de atender as pessoas tão carentes nesta área.
Ficam algumas fotos que ilustram um pouco o que dissemos. Um abraço de todos nós e até segunda, se Deus quiser.

P. Vítor Mira

4 comentários:

Anónimo disse...


Bom dia a todos os "Ondjoyetus"!

Padre Vitor, obrigada pela partilha. Que Deus vos dê muita força para continuar a Missão. Parabéns à ultima voluntária "moviana" que partiu, fico feliz por saber que se adaptou bem.

Até à próxima

ana carreira

jacinta disse...

Bom dia, é sempre bom ter notícias da linha da frente que apesar das dificuldades continuam com coragem a tentar ajudar o povo do Gungo. Ainda bem que a Tânia aceitou o desfio de ir em missão mesmo sendo a unica moviana. Boa continuação.
estamos juntos Jacinta

David Nogueira disse...

Saudações a todos, em especial à linha da frente. Obrigado pela partilha. É bom saber que a menina Tânia está a integrar-se bem e que a missão vai avançando dentro das contingências mas sempre a avançar.
Quanto ao Longundo... quando lá fui foi a pé. Esperamos que a via do Seles e Catanda não esteja muito trabalhosa.

Continuação de boa coragem.
Abraços

Sofia disse...

Tenho um orgulho enorme na vossa Missão. Parabéns à todos.