quarta-feira, outubro 29, 2014

A visita (indesejada) do Paludismo

Olá, muito boa noite.
Antes de mais quero saudar todos os missionários e missionárias neste mês de Outubro que está prestes a terminar, estejam eles perto de suas casas ou a milhares de quilómetros.
Uma saudação muito especial ainda para os membros do Grupo Missionário Ondjoyetu por toda a dinâmica missionária que imprimiram a este mês de Outubro, nomeadamente com a Vigília Missionária Diocesana e o fim-de-semana missionário no Mercado de Sant’Ana. Esta menção é extensiva a todos os que colaboraram e se incorporaram nestas iniciativas.

Por aqui também vivemos o Mês Missionário de Outubro, mas com ritmos e momentos muito diversos.
O mês começou com o apoio de bens de primeira necessidade a comunidades mais distantes, a que já fizemos referência neste blogue.
Nos domingos que se seguiram aproveitámos para visitar os centros de Chitonde, Cambinda e Calipe, sendo sempre visitas de 2 a 4 dias. Outubro já é mês de chuva e era preciso aproveitar para fazer estas visitas antes que ela se torne mais intensa. Em Cambinda e no Calipe batizámos crianças filhas de pais cristãos que já tinham feito o seu retiro na Donga. Pelo meio tivemos várias subidas e descidas entre o Gungo e o Sumbe, a realização de um retiro com o grupo do Crisma e ainda a realização de vários trabalhos na missão. Entre eles conta-se a mudança das ferramentas e materiais de construção para um novo armazém, ficando assim um quarto livre para atendimento de consultas quando tivermos pessoas a trabalhar na área da saúde.
No dia 20 o avô Filipe e eu descemos ao Sumbe com o plano de subir três dias depois com mais algum carregamento para a cantina e o abastecimento da nossa dispensa para uma semana. Na Donga ficaram as manas Teresa e Joaninha à espera da chuva para lançar à terra a semente de feijão e milho, se possível com a ajuda de um trator que tem andado no Gungo.
Mas, na quarta-feira, feira fui surpreendido por sintomas que já não sentia há nove anos: fortes dores de cabeça, náuseas, dores musculares e nas articulações, cansaço, mal-estar geral… A análise ao sangue veio a confirmar: paludismo. Depois ainda vieram os vómitos e alguma febre.
É uma doença que merece respeito porque, se mal tratada, pode ser fatal. Foi preciso fazer o tratamento adequado e ter descanso absoluto, o que não é muito agradável pois nem se pode ler, estar no computador, ver televisão, mesmo nada. Normalmente os três primeiros dias são os que custam mais, depois começa a passar. Ah, e convém comer bem e tomar sumos de fruta. Felizmente o avô Filipe veio comigo e ainda pude contar com o apoio de pessoas próximas e amigas como a Ana Sofia e a Teresinha (do Pinheiro).
Conseguimos mandar recado para a Donga. Tínhamos vários encontros e atividades e ainda mais batismos de crianças. Foi pena, mas quando está em causa a saúde precisamos mesmo de tempo para estarmos doentes.
Ontem fiz análise e hoje tive a feliz notícia de que estou “limpo do plasmódio”. Ufa, que bom! Como são difíceis estes dias de doença e inatividade. Mas neste mês de Outubro senti que também deste modo sou missionário. O que eu senti três dias, há pessoas que sentem por muitos anos e com maior gravidade. Afinal é o que somos e não o que fazemos que deve dar sentido e razão de ser às nossas vidas.
Quando fui surpreendido pelo paludismo andava a preparar a carga do camião. Hoje de tarde dei mais uns passos e amanhã, se Deus quiser, será a conclusão da preparação da carrada. Depois será mais uma subida para a Donga onde sabemos que nos esperam ansiosos quer por nós quer pelo que levamos pois já lá falta um pouco de tudo: esparguete, açúcar, pilhas, gasolina, chapas de zinco, farinha de trigo, sal, sabão. Lá iremos, se Deus quiser.
Um abraço e, para vós, até segunda ou terça.

P. Vítor Mira

 P.S. Um abraço e um beijinho de muitos parabéns para a irmã Nancy que faz anos neste dia 30 de Outubro. Feliz Dia de Aniversário, “manita”.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olaaaaá Mano Pe.Vítore:
Graças a Deus ja esta melhor, mas mesmo assim quide da sua saúde.Que Deus seja o médico e a Nossa senhora a enfermeira que o va quidando.Não faza muito esforço.
Muito obrigada pelos bons desejos de parabens no meu día.
Pois é dou graças a Deus por mais um ano que me concede de viver, pela saúde e o amor que ELE manifets cada dia por esta sua filha, que as vezes não corresponde a essa graça de Deus,mas vamos caminhando.
Um beijinho e um graaaande abraço missionário.
cumpriemntos a equipa, boa recuepração e bom trabalho.
Sempre Juntos sua mana.
Ir.Nancy

David Nogueira disse...

Saudações Pe Vítor. Obrigado pela partilha. O sofrimento é outro dos aspaectos que nos aproxima daqueles a quem somos enviados pois: sofremos como eles" e assim sofremos com eles. A missão também é isto. Não esquecer as devidas precauções e boa coragem para continuar...
Abraço!

Tio Serra disse...

Alô Pe. Victor: Dou graças a Deus por ter recuperado desse maldito paludismo, agora prudência uns dias para poder recuperar as forças devidamente.
Obrigado pelas informações dos trabalhos da Missão, é sempre agradável saber e ver as imagens da missão.
Surpresa para mim foi o tractor que pelos vistos já chegou à Donga. oé oé...
Votos que o pior esteja passado e que calmamente recupere as forças
Cumprimentos para toda a linha da frente.
Pe. Victor um grande abraço.
Estamos juntos
Tio Serra.