Na subida a mana Silvia assumiu os comandos do cavalinho. Lá teve de lamber um pouco de lama no Chitonde porque entretanto choveu. Levámos o cavalinho cheio de manos e manas, entre os quais dois manos que desceram ao Sumbe e que estavam de regresso ao Aueco. Pela viagem lá vinha o Toni a dar umas valentes cabeçadas no vidro ao que nós gozávamos: "TONI! Vais ficar com a cabeça quadrada!". Bom, parámos no Uquende para deixar uma passageira e para tratar de alguns assuntos já a noite tinha chegado. O padre tomou conta do volante a partir daí e no mamoeiro (lugar da picada que é muito enlameado) já teve de pôr o cavalinho a gritar. A travessia foi feita com sucesso e chegámos à Donga por volta das 21:30 do dia 1.
No Sábado o padre teve nas formações com os casais com filhos para o Baptismo, a mana Sílvia tratou da pastoral da criança onde fez um dinamismo engraçado com os líderes de cada bairro e, como não havia equipa de trabalhos, empenhei-me no desentupimento da fossa da casa dos missionários.
Já na Donga, tivémos um Domingo normal... Dia do Senhor... E do CHOCOLATE... E da MEIA-BOLHA (copinho de vinho para quem não sabe). Deu para dormir a cesta e para rever o projecto da água. Descobrimos que temos um novo membro na Donga. Mais um cabrito a que chamamos de "Bandeirinha", porque é todo preto e tem o rabo branco... Parece mesmo que está a acenar a bandeira quando abana o rabo. O "Antunes", o outro cabrito que já nasceu a semana passada, assim "baptizado" em honra à mana Sílvia Antunes, precisou de uma intervenção porque tem uma infecção nas virilhas, mas fora isso está de boa saúde.

Surgiu a ideia de construir uma serralharia fechada para que toda a ferramenta fique reunida no sitio onde se vai trabalhar para poupar o tempo de arrumar e desarrumar todos os dias. Assim começou logo a semana com a abertura dos buracos para as fundações da serralharia, que vai ficar mesmo em frente da porta do gerador, o que obrigou a retirar a britadeira do seu lugar original. Uns a escavar, outros a partir pedras que estavam no caminho com a técnica dos furos e das cunhas... Olha que até resulta!
Na terça-feira o Pedro Ernesto, o Narciso, irmão do Pedro e o padre estiveram empenhados a fazer a cofragem e a soldar os últimos ferros da viga de fundação para a casa de apoio aos catequistas, a mana Sílvia e a mana Teresa com as consultas e eu a arrancar a árvore que ficou a estorvar a fundação da serralharia com o mano Calumbendo.
Após isso, os trabalhos na casa dos catequistas continuaram e ficou metade da viga de fundação feita. Eu encarreguei-me de construir 5 cinoblocos para a britadeira e de a colocar ao pé da moagem. Assim ficam essas duas máquinas próximas e ficam ambas debaixo de telha assim que a serralharia estiver finalizada.
Durante a semana a mana Sílvia tem feito uns exercícios para puxar pelos miúdos e pelo seu raciocínio e tem ajudado as manas com os trabalhos de casa.
Na descida, na segunda-feira, assumi eu o controlo do cavalinho e, no mamoeiro consegui passar! "Cuiei" (Gostei) mesmo da travessia! Pouco tempo depois, no Chitonde assentei o cavalinho com os dois eixos no chão para a coisa não parecer assim tão fácil... Peripécias da picada...
Por aqui, no Sumbe, a minha profissão tem sido carpinteiro. Recebemos um crucifixo feito pelo amigo Carlos Oliveira e a caixa que o envolvia para o proteger no contentor é de madeira e tem um aspecto mesmo jeitoso para armário de sacristia. Ainda não está concluído, mas já falta pouco. A mana Sílvia também experimentou o serrote e o corte até saiu direitinho! Temos carpinteira. Também deu para recauchutar dois pneus do Unimog que estavam com "maca" e que estão quase prontos para outra!
Da linha da frente é tudo, por agora...
Lição de Umbundo: "Konduko ya'ise L'Omola, la Tchilelembya-okola, Amén!" - Em nome do pai do filho e do espírito santo, Amén!
Estamos juntos!