Por aqui estamos bem, graças a Deus e mais uma vez a preparar “armas e bagagens” para mais uma “incursão” no Gungo.
Amanhã sairemos para a Donga por lá estaremos até dia 7 de Abril. Teremos noivos, catecúmenos, um dia de retiro para cada centro, desta vez os de Chitiapa, Culembe, Longundo e Caponte. Nos dois próximos domingos teremos mais dois escrutínios dos catecúmenos com os respetivos dias de preparação. Neste sábado também teremos batismo de algumas crianças que “tinham ficado para trás”.
Pelo meio teremos também os habituais trabalhos na lavra e também das construções.
Também esperamos que na semana que vem a Deolinda tenha consigo um grupo de meninas e senhoras para lhes dar formação.
No dia 7 iremos para o Uquende para o mesmo programa de caminhada quaresmal com os centros de Uquende, Chitonde e Chitunda. Também nessa semana faremos alguns trabalhos na moagem pois ainda existem alguns acabamentos à espera.
Finalmente, no dia 11 de Abril, sexta-feira, iremos para Tuma para mais um dia de retiro com o centro da Tuma e algumas comunidades do centro da Ondjila. É nesta comunidade que iremos celebrar o domingo de Ramos, o que já é uma tradição. Nesse mesmo dia devemos regressar ao Sumbe.
Então e a chuva?
Pois, esperaram por ela até agora… e nós também. Em Portugal
tem sido demais; aqui muito escassa.
Normalmente começa a chover em meados de Fevereiro e os
meses de Março e Abril costumam ser meses muito chuvosos. Mas estes últimos
anos têm sido secos e este não escapou à regra. Entretanto, e ainda que
timidamente, no início de Março começou a chover em algumas partes do Gungo.
Houve um dia em que até nos prejudicou, mas não nos podemos queixar porque a
temos andado a pedir. Na semana passada ficámos na Donga para colocar o telhado na segunda casa que ali foi construída, a do catequista. Entre ameaça de chuva e algumas pequenas chuvadas, lá fomos colocando a estrutura metálica. Na quinta-feira alinhámos toda a chapa das duas águas, já com cumeeiras e tudo. Eram 22 chapas lacadas de 5 metros… íamos no quinto parafuso e começou a pingar. Recolhemos para não estragar as ferramentas elétricas. Ainda colocámos umas tábuas em cima das chapas… mas a chuva era cada vez mais forte, depois veio o vento, vieram os trovões e em poucos minutos as chapas voavam como se fossem folhas de papel e as tábuas pareciam lápis a cair no chão. Algumas até ficaram um pouco amolgadas e foram parar a uma certa distância.
Também aqui no Sumbe hoje choveu para contentamento nosso. Graças ao sistema de recolha de água das caleiras, a cisterna pequena ficou cheia, o que adia a vinda do camião cisterna.
Se em todo o lado a chuva é importante e necessária, aqui não o é menos. O povo depende dela para levar por diante uma agricultura que é ainda muito rudimentar e primitiva. Praticamente não existem sistema de rega no Gungo. Devido à seca dos últimos anos, muita gente se tem deslocado para a periferia das cidades ou para as zonas mais planas para aí produzir carvão.
Nas fotografias vemos a nossa lavra a ser cultivada com a colaboração de jovens e a fase de construção da segunda cada, que está à espera do telhado, tendo como fundo, à direita, a primeira casa que já está a entrar em fase de acabamentos.
Mesmo ficando algumas semanas sem contato, continuamos unidos espiritualmente.
Alegramo-nos com o nosso grupo por todos os avanços que tem feito na retaguarda, de modo particular a máquina de BTC.
Também agradecemos todas as renúncias que façam nesta Quaresma a favor da nossa missão na certeza de que elas contribuirão para continuarmos no caminho em que nos encontramos.
Um abraço e continuação de Santa Quaresma.
P’la Equipa Missionária, P. Vítor Mira